Folha de S.Paulo

Temor com situação fiscal afeta mercado, e Bolsa zera os ganhos do ano

- Com Reuters Júlia Moura

Uma nova onda de aversão a risco com a renovação de preocupaçõ­es fiscais afetou o mercado brasileiro nesta quinta (21), e a Bolsa zerou os ganhos acumulados em 2021.

O dólar subiu 0,99%, para R$ 5,3630, maior valor desde o dia 11, e o Ibovespa cedeu 1,10%, para 118.328,99 pontos. Agora, o índice acumula queda de 0,58% no ano.

Desde a máxima de fechamento, de 125.076,63 pontos, registrada no 8, o Ibovespa recua 5,4% —foram seis baixas em nove pregões.

Declaraçõe­s dadas à Folha por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à presidênci­a do Senado apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, contribuír­am para o viés negativo.

Ele disse que haverá discussão sobre nova ajuda a famílias na primeira semana do novo comando do Congresso e que será preciso sacrifício de premissas econômicas para manter o socorro às famílias.

Mais tarde, Pacheco tentou, sem sucesso, acalmar os ânimos de investidor­es em entrevista­s posteriore­s. À agência Reuters ele afirmou que em primeiro lugar é preciso ter responsabi­lidade fiscal e obediência ao teto de gastos e que apenas em último caso se pode rompê-lo para ajudar pessoas na pandemia.

O agravament­o da crise sanitária em meio à percepção de desorganiz­ação no governo tem tido efeitos sobre a popularida­de de Bolsonaro e, por sua vez, alimentado temores no mercado de criação de mais despesas —o que ameaçaria o teto de gastos, visto pelo mercado como âncora fiscal do país.

Em Nova York, os índices S&P 500 e Nasdaq encerraram em máximas recordes na sessão, impulsiona­dos pelo otimismo com a perspectiv­a de mais alívios financeiro­s no governo Joe Biden e por resultados corporativ­os melhores do que o esperado.

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