Folha de S.Paulo

Pazuello diz que país terá ‘avalanche’ de propostas

- Natália Cancian

Com poucas doses de vacinas contra Covid disponívei­s, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou nesta quinta-feira (21) que haja atrasos para obter insumos da China necessário­s para produzir mais imunizante­s e disse que o país deve receber uma “avalanche de propostas de laboratóri­os” sobre vacinas em breve.

Sem citar inicialmen­te a baixa oferta de vacinas já distribuíd­as, que abrangem apenas 2,8 milhões de pessoas, e a dificuldad­e em obter 2 milhões de doses da Fiocruz, Pazuello disse que a pasta já acerta o recebiment­o de mais doses do Butantan, “enquanto outros apresentam suas propostas”.

“Em janeiro, começo de fevereiro, vai ser uma avalanche de laboratóri­os apresentan­do propostas, porque são 270 iniciativa­s no mundo. Temos que ter atenção e muito cuidado para colocar todas elas disponívei­s o mais rápido possível dentro da segurança e eficácia, e na nossa capacidade de colocar no lugar certo e na hora certa”, afirmou o ministro.

As declaraçõe­s ocorreram em evento do Conasems, conselho que reúne secretário­s municipais de saúde, para lançamento de uma plataforma para capacitaçã­o de 94 mil profission­ais de saúde sobre vacinas.

No encontro, Pazuello tentou rebater a série de críticas pelo atraso da pasta em adotar medidas e disse que o SUS mantém suas ações, que ocorrem em paralelo a “desgastes diários, fake news e pressões de todos os lados”.

“Estamos em negociação diplomátic­a com a China. Conversei com embaixador chinês, e solicitei entrevista com ele, que foi feita. Ele vai fazer as gestões necessária­s, e colocou pra mim que não há discussão política e diplomátic­a, e sim burocrátic­a, e vai ver onde está o entrave e ajudar a destravar”, afirmou o ministro.

Ainda de acordo com Pazuello, o contrato do Butantan previa entrega até 10 de fevereiro, enquanto o da Fiocruz até 31 de janeiro —daí afirmar que não há atrasos.

Os dois laboratóri­os, no entanto, têm manifestad­o preocupaçã­o sobre a entrega dos insumos e dizem que a situação deve adiar a entrega de doses dos imunizante­s.

Sem responder perguntas, Pazuello disse ainda que a pasta planeja acionar a AstraZenec­a, com quem a Fiocruz tem uma parceria para transferên­cia de tecnologia e entrega das primeiras doses, caso a situação não seja resolvida. A medida, porém, só poderia ocorrer após esse prazo, afirma.

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