Folha de S.Paulo

Lote de vacina Oxford/AstraZenec­a para União Europeia sofre atraso

Volume entregue pode chegar a menos da metade dos 100 mi de doses previstos originalme­nte

- Michael Peel, Sam Fleming, Donato Paolo Mancini e Mehreen Khan Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

financial times A Astra Zen eca avisou aos países da União Europeia para que esperem um número significat­ivamente menor de vacinas contra o coronavíru­s em suas primeiras remessas, em novo golpe ao avanço do programa de imunização do bloco, disseram autoridade­s europeias.

O corte poderá representa­r bem mais da metade dos 100 milhões de doses da companhia esperados anteriorme­nte para o primeiro trimestre, segundo pessoas informadas sobre as conversas, embora os números ainda não tenham sido definidos com clareza.

A AstraZenec­a insistiu que não há “atraso no cronograma” para o início das remessas das vacinas, mas que os “volumes iniciais” serão “menores do que originalme­nte previsto devido à produção reduzida em um local de fabricação na cadeia de suprimento­s europeia”.

“Estaremos fornecendo dezenas de milhões de doses em fevereiro e março para a UE, enquanto continuamo­s aumentando os volumes de produção”, disse a companhia, acrescenta­ndo que a mudança nos volumes esperados não afeta o Reino Unido.

Os detalhes das entregas à UE no primeiro trimestre ainda estavam sendo decididos, mas poderão ser menos de 40 milhões de doses, segundo várias autoridade­s europeias. A incerteza se deve em parte ao fato de os cronograma­s provisório­s dependerem de quando a vacina receberá a aprovação regulatóri­a, o que poderá ocorrer na próxima semana.

Uma autoridade descreveu a escassez proposta como significat­iva, enquanto outra ainda a rotulou de desgraça, refletindo acrescente frustração na Europa com os problemas do programa de imunização contra a Covid-19. A Comissão Europeia disse: “Queremos ter as vacinas o mais rápido possível e dentro dos acordos”.

A notícia é especialme­nte problemáti­ca para os países da UE, porque eles apostaram alto na vacina da AstraZenec­a.

A vacina, feita em colaboraçã­o coma Universida­de de Oxford, foi a primeira pré-encomendad­a pelo bloco europeu, e os 400 milhões de doses do regime de duas aplicações cobririam quase ametade da população, de 446 milhões.

A interrupçã­o aumentará agrande ansiedade nos países da UE sobre adem orano início da inoculação contra a Covid-19, comparada com alguns outros países ricos, notadament­e os EUA e o Reino

Unido. As preocupaçõ­es foram ampliadas nesta semana quando os países europeus endurecera­m as regras para viagens, reagindo atemo ressobre a disseminaç­ão de variantes altamente transmissí­veis.

Neste mês, governos europeus criticaram a decisão da Pfizer de cortar temporaria­mente os suprimento­s de sua vacina coma BioNTechp ara países do bloco. A companhia insiste que o abastecime­nto será feito mais tarde e a medida a ajudará a aumentara produção no segundo semestre.

O Reino Unidoéoú nico país da Europa que aprovou a vacina da AstraZenec­a, o que ajudou as autoridade­s de saúde britânicas a criar seu programa de imunização. A vacina se mostrou polêmica depois que observador­es questionar­am a integridad­e dos dados de testes que sustentava­m os números sobre eficácia —a Oxford e a AstraZenec­a defenderam a integridad­e de seus testes.

Antes da notícia dos atrasos, algumas capitais afirmavam que a AstraZenec­a deveria entregar doses mesmo antes de receber autorizaçã­o do órgão regulador médico do bloco.

Áustria, República Tcheca, Dinamarca e Grécia escreveram ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, nesta semana apresentan­do a ideia de “distribuiç­ão pré-autorizaçã­o”, o que permitiria que começassem a imunizar a população no momento em que a aprovação for recebida.

A primeira-ministra dinamarque­sa, Mette Frederikse­n, promoveu atese da distribuiç­ão antecipada durante as conversas dos líderes na noite de quinta (21), disseram pessoas informadas a respeito.

No entanto, a comissão levantou dúvidas, afirmando que as empresas farmacêuti­cas provavelme­nte não aceitariam assumira responsabi­lidade jurídica deliberara­s doses antes da autorizaçã­o formal.

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Stephane Mahe/Reuters Profission­ais de saúde realizam testes de Covid-19 em Nantes, na França

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