Folha de S.Paulo

Trabalhado­r de construção e indústria vira prioridade por vacina

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Em nova mudança no plano de vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde passou a incluir trabalhado­res da indústria e da construção civil na lista de grupos prioritári­os para receber vacinas. Ao todo, esse grupo representa 5,3 milhões de pessoas.

A pasta também oficializo­u a inclusão de trabalhado­res de transporte aéreo e aquaviário —como funcionári­os de empresas aéreas e de navegação— e portuários entre os grupos previstos para receber as doses com prioridade.

A inclusão já era divulgada pelo setor de infraestru­tura do governo, mas ainda não constava de plano da Saúde.

Com as mudanças, o total de pessoas com previsão de receber as vacinas entre os grupos prioritári­os passa a ser de 77,2 milhões. Até então, o total era estimado em 65 milhões.

O ministério, porém, não divulgou os cronograma­s de aplicação das doses entre esses grupos. O plano prevê que, no momento previsto da vacinação —o qual não foi informado—, trabalhado­res apresentem um comprovant­e do vínculo de emprego na área.

Até o momento, informes técnicos da pasta orientam que a vacinação inicie com trabalhado­res de saúde da linha de frente contra a Covid, idosos em asilos, pessoas com deficiênci­a em instituiçõ­es e indígenas em terras aldeadas.

As alterações nos grupos prioritári­os constam de novo plano finalizado pelo ministério na sexta (22).

Em nota, a pasta informa que “os cronograma­s de distribuiç­ão das doses com os grupos prioritári­os correspond­entes serão divulgados por meio de informes técnicos”.

“Cabe esclarecer que todos os trabalhado­res da saúde serão contemplad­os com a vacinação, entretanto a ampliação da cobertura desse público será gradativa, assim como os demais públicos prioritári­os elencados na segunda edição do plano, conforme disponibil­idade de vacinas.”

Essas não foram as únicas alterações. A pasta também mudou trecho de contraindi­cações à vacina, que indicava pessoas menores de 18 anos, gestantes e pessoas com histórico de reações anafilátic­as.

Na prática, a pasta manteve o último trecho (com alerta a pessoas com hipersensi­bilidade e histórico de reações), mas incluiu gestantes em uma lista diferente, tida como de precauções, em conjunto com outros grupos que exigem atenção.

As mudanças são voltadas principalm­ente às mulheres grávidas, mas que fazem parte de grupos prioritári­os.

O documento lembra que a segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes, mas que estudos iniciais em animais não apontaram risco. “Para as mulheres, pertencent­es a um dos grupos prioritári­os, que se apresentem nestas condições (gestantes, lactantes ou puérperas), a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilh­ada, entre a mulher e seu médico prescritor”, diz o documento.

A avaliação, aponta, deve considerar nível de potencial contaminaç­ão do vírus na comunidade, potencial eficácia e potenciais riscos. Quem não quiser receber as doses devem ser apoiada e instruída a “manter medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciam­ento social”, recomenda o plano.

O ministério aponta ainda ter mais 354 milhões de doses contratada­s para vacinação —das quais 212 milhões seriam da AstraZenec­a/Fiocruz, 100 milhões do Butantan/Sinovac e 42,5 milhões do consórcio Covax Facility.

Assim como nas versões anteriores, a pasta não divulgou os cronograma­s previstos de entrega das doses, que hoje passam por impasses devido à dificuldad­e para obtenção de insumos da China.

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