Folha de S.Paulo

Empresas pedem aval para comprar 33 milhões de vacinas

- Camila Mattoso painel@grupofolha.com.br com Guilherme Seto, Nathália Garcia e Julia Chaib

Empresas privadas brasileira­s negociam com o governo uma autorizaçã­o para importar 33 milhões de doses da vacina de Oxford/Aztrazenec­a. Segundo empresário­s, as tratativas ocorrem com o Ministério da Saúde. O plano é que a pasta edite um ato descrevend­o as condições para a liberação. Pelo acordo em andamento, metade do total dos imunizante­s seria doado ao SUS (Sistema Único de Saúde). O restante iria para funcionári­os e familiares das companhias que fazem parte da negociação.

DAR AS MÃOS

De acordo com quem está na articulaçã­o, estão no grupo para adquirir as vacinas ao menos 12 firmas, entre as quais a Gerdau. A ideia é aumentar o número de empresas incluir quem tiver interesse. Cada uma receberia o equivalent­e ao que comprou.

CONDUTOR

Os 33 milhões de doses —a unidade é estimada US$ 23,79— são a quantidade disponibil­izada pela Aztrazenec­a e poderiam chegar ao Brasil em fevereiro. Segundo empresário­s, a conversa com o farmacêuti­ca é conduzida pelo grupo Dasa, que detém laboratóri­os.

DÚVIDA

No início do mês, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) disse que a prioridade seria o SUS e “uma vez supridas” as demandas do sistema, as empresas poderiam comprar vacinas disponívei­s. Segundo empresário­s, o governo sinalizou que liberaria a importação. Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu. A Dasa também não.

INVERSO

Estudo publicado pelo IPEA intitulado “A segunda onda da pandemia (mas não do distanciam­ento físico)” mostra que o aumento no número de casos e óbitos por Covid-19 não tem provocado o endurecime­nto de regras de isolamento pelos estados.

DECRESCENT­E

Segundo a pesquisa, a taxa de rigor das medidas para evitar aglomeraçõ­es caiu de 6,3 para 2,9 de abril a dezembro de 2020 em uma escala de 1 a 10 —queda de 54%—ao passo que as mortes subiram de 27 para 92 por milhão de habitantes.

TCHAU

Os engenheiro­s da Escola Politécnic­a da USP conseguira­m 1.000 adesões em menos de cinco horas para um manifesto em que pedem o impeachmen­t de Jair Bolsonaro. Eles criticam o presidente por debochar do novo coronavíru­s. O objetivo de quem organizou o texto é conseguir 5.000 assinatura­s até poucos dias antes da eleição para a presidênci­a da Câmara, no dia 1º de fevereiro.

SOL E LUA

A decisão de Gilmar Mendes, do STF, de suspender o julgamento sobre o foro adequado para investigar o senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-RJ) foi mais uma que ofuscou o protagonis­mo da presidênci­a do Supremo no recesso judiciário, comandado por Luiz Fux e Rosa Weber.

OLHOS FECHADOS

O juiz federal Carlos Eduardo Contar fez discurso negacionis­ta na posse como presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Indiretame­nte, ele chamou as críticas a remédios como cloroquina de levianas. Disse que “se não curam, podem simplesmen­te no campo da possibilid­ade ajudar na prevenção ou diminuição do contágio.”

POR ELA

As integrante­s da bancada feminina que querem Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara vão atuar pela indicação da deputada Margarete Coelho (PP-PI) para o STF. A parlamenta­r é chamada de “ministra” no grupo de WhatsApp das colegas.

POR ELA 2

As deputadas também escreveram nota de apoio a Daniela do Waguinho (MDBRJ), que decidiu apoiar Lira e foi criticada pelo MDB Mulher. No texto, que teve 27 assinatura­s, elas reclamam de “agressões absurdas” à participaç­ão feminina na política e dizem que devem ser livres para ter preferênci­as e lutar contra a “dominação masculina”.

DOBRA A APOSTA

Na tentativa de fazer o MDB desistir da candidatur­a de Simone Tebet (MS) à presidênci­a do Senado, aliados de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), adversário da parlamenta­r, convencera­m Davi Alcolumbre (DEMAP) a oferecer aos emedebista­s a candidatur­a à vice-presidênci­a da Casa.

ANÉIS E DEDOS

Alcolumbre disse aos pares que queria ser o número 2 do Senado, mas aceitou recuar para tentar frear o MDB. Integrante­s do DEM estão otimistas e esperam que o senador Vital do Rêgo (PB) seja indicado vice de Pacheco.

O inquérito contra Pazuello está baseado em suas próprias ‘confissões’. Agora que foi pra Manaus, deveria só voltar de lá preso

Do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), sobre o pedido da PGR para apurar se o ministro da Saúde foi omisso em na crise no Amazonas

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