GRUPOS À DIREITA PROMOVEM CARREATAS CONTRA BOLSONARO
Manifestante observa carreata na av. Paulista, no segundo dia de protestos pelo impeachment; ato de ontem foi convocado por MBL e Vem Pra Rua
rio de janeiro e brasília Um dia depois das manifestações de organizações de esquerda pelo país com pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, grupos da direita protagonizaram neste domingo (24) a mobilização nas ruas pelo afastamento.
Convocados pelos grupos Vem pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), manifestantes vestidos de verde e amarelo fizeram carreatas em várias cidades do país, entre elas, Rio e São Paulo, além de municípios do interior paulista.
No Rio, os manifestantes saíram em carreta da Barra da Tijuca, na zona oeste, e foram até Ipanema, na zona sul. Eles fizeram um buzinaço pelo impeachment. Algumas pessoas colaram em seus carros cartazes lembrando o número de mortos pelo coronavírus no país. Muitos levavam bandeiras do Brasil.
Em São Paulo, os manifestantes seguiram em comboio pela avenida Paulista. Pessoas de motos e bicicletas se juntaram ao ato.
No sábado, grupos convocados por líderes de esquerda, de partidos como PT e PSOL, além de sindicatos, promoveram carreatas contra Bolsonaro em capitais.
Coordenador nacional do Vem pra Rua, Renato Sella diz que o grupo traz para os manifestos uma ação sem bandeiras políticas. Por esse motivo, diz, o movimento decidiu fazer suas carretas separadamente da esquerda.
“Respeitamos a esquerda, mas na nossa ação a única bandeira é a do Brasil.”
Ele diz que o ato em São Paulo reuniu 250 automóveis.
Diferentes organizações também têm pedido o afastamento do presidente por meio de manifestos. Ex-alunos da Escola Politécnica da USP criticaram em carta subscrita por 400 engenheiros o presidente e pediram seu afastamento. O manifesto se soma a outros abaixo-assinados a favor do impeachment, como um organizado por ex-alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, que reuniu mais de 1.450 assinaturas.
Também neste domingo, o presidente Bolsonaro decidiu passear de motocicleta pela capital federal.
Na companhia de seguranças, o presidente dirigiu por cerca de uma hora. No trajeto, ele chegou a parar em uma banca de frutas, mas logo subiu de volta no veículo com a chegada da imprensa.
Para tentar evitar a abertura de um procedimento para afastamento, Bolsonaro intensificou a articulação nos últimos dias pela eleição do líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), para o comando da Câmara dos Deputados.