Folha de S.Paulo

Startup procura negro para presidir operação da empresa no Brasil

- Tayguara Ribeiro

sãopaulo Umas tart up americana de tecnologia abriu processo seletivo para contratar um presidente-executivo negro em sua unidade do Brasil.

A seleção ocorre na esteira de diversas empresas que têm buscado repensar aforma de recrutamen­to para iniciar ou ampliara diversidad­e de colaborado­res dentro das companhias. Magazine Luiza, Bayer e Ambev, entre outras, lançaram programas de trainne focados na inclusão de profission­ais negros.

Entre os requisitos exigidos pela startup americana, que atua na área de aplicativo­s, estão: experiênci­a em função executiva, vivência de 10 anos em cargos de gestão, graduação completa, MBA e fluência em Inglês.

Segundo Patrícia Santos, fundadora da EmpregueAf­ro, consultori­a especializ­ada em diversidad­e étinco-racial responsáve­l pelo recrutamen­to —os currículos serão recebidos até terça-feira (26)—, estaéa primeira vez, no Brasil, que um processo focado em inclusão e diversidad­e ocorre para este tipo de cargo.

“Estamos há 15 anos fazendo o recrutamen­to e seleção de profission­ais negros eéa primeira vezem um processo de CE O. É um processo extremamen­te delicado e agente tem que ser muito assertivo, até por contada representa­tividade. Opes oémaiorp arau ma vaga dessa ”, diz.

Patrícia avalia que empresas e marcas estão pressionad­as diante das recentes mobilizaçõ­es em busca de equidade e contra comportame­ntos que reproduzam o racismo estrutural. “Acredito que existe um movimento intenciona­l, de repensar os processos seletivos e fazer com que os processos sejam mais inclusivos”.

Ela não revelou o nome da startup, que surgiu no Vale do Sícilio e atua no Brasil há alguns meses. A empresa prefere manter a confidenci­alidade durante a seleção.

Para Patrícia, o movimento de melhorar e aumentar a diversidad­e dentro das companhias será uma tendência para os próximos anos, embora avalie que ainda não é possível identifica­r o quão duradouro será o processo.

“É uma forte tendência pelo menos para os próximos cinco anos. Há estudos da McKinsey que revelam que empresas com diversidad­e etnico-racial na liderança conseguem agregar maior valor competitiv­o”, afirma.

“Em um país como o nosso, com 56% da população negra, a maior parte das pessoas economicam­ente ativas são negras, e a maior parte dos consumidor­es também. Essa pressão, não só dos movimentos sociais, mas dos consumidor­es, junto com a análise desses dados faz com que as empresas entendam que não dá para crescer sem investir em diversidad­e”, diz.

“As pesquisas mostram também que investir em diversidad­e traz retorno, inovação, mas isso é também uma questão de responsabi­lidade social”.

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