Putin critica protestos pró-Navalni, e manifestantes marcam novo ato
são paulo O presidente da Rússia, Vladimir Putin, condenou os protestos que ocorreram em favor da libertação do opositor Alexei Navalni no sábado (23). Falando por vídeo com estudantes universitários de uma residência oficial em Zavidovo (120 km a noroeste de Moscou), Putin afirmou que “todo mundo tem o direito de expressar seus pontos de vista dentro do arcabouço legal”.
“Qualquer coisa fora da lei não é apenas contraproducente, mas perigoso”, disse, citando desde eventos da Revolução Russa de 1917 à invasão do Capitólio no começo do mês em Washington.
“O que estão fazendo com aquelas pessoas [nos EUA]? Entre 15 e 25 anos atrás das grades por terrorismo doméstico. Eles [apoiadores de Donald Trump] vieram com slogans políticos, mas também estavam fora da lei.
Por que isso deveria ser permitido na Rússia?”, disse.
Os atos ocorreram em mais de cem cidades russas e foram os maiores do tipo desde os protestos organizados pelo mesmo Navalni em 2017. Cerca de 3.700 pessoas foram presas, e houve repressão policial violenta em alguns locais. Ao mesmo tempo, os apoiadores de Navalni convocaram um novo ato, agora para as 12h (6h em Brasília) do domingo (31).
“O povo mostrou sua força”, disse um dos braços-direitos de Navalni, Leonid Volkov. No sábado, houve dezenas de milhares de participantes nas manifestações —ilegais porque na Rússia é preciso pedir autorização para os governos locais para fazer qualquer tipo de aglomeração pública. Os opositores, cientes de que não teriam tal licença, resolveram ir para o confronto.