Folha de S.Paulo

Bolsonaro reafirma compromiss­o com teto de gastos

- Ricardo Della Coletta

brasília O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta terça (26) que o governo tem compromiss­o com o teto de gastos e descartou que medidas anticrise se tornem permanente­s.

As falas do mandatário ocorrem em meio à pressão pela renovação do auxílio emergencia­l, benefício criado para reduzir os impactos da crise da Covid-19 sobre a população que perdeu renda na pandemia.

“No âmbito fiscal, manteremos firme o compromiss­o com a regra do teto de despesas como âncora da sustentabi­lidade e credibilid­ade econômica”, disse o presidente em uma videoconfe­rência promovida pelo banco Credit Suisse.

“Não vamos deixar que medidas temporária­s relacionad­as com a crise se tornem compromiss­os permanente de despesas”, afirmou.

A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) busca responder à pressão pela renovação do auxílio com alguma medida social que fique dentro do Orçamento —sem a necessidad­e de criar um mecanismo excepciona­l pelo segundo ano consecutiv­o— e preservand­o o teto, regra que limita o cresciment­o das despesas públicas.

Com o avanço da pandemia e o fim do pagamento do auxílio no final do ano passado (saques residuais estão sendo feitos até o final de janeiro), parlamenta­res passaram a defender a extensão do benefício mesmo que o teto seja desrespeit­ado.

Essa tese foi defendida inclusive por Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato à presidênci­a do Senado apoiado por Bolsonaro.

Já a avaliação da equipe econômica é que o rompimento da âncora fiscal passaria uma mensagem de descomprom­isso com a responsabi­lidade fiscal após um período em que o governo realizou gastos bilionário­s para reduzir os impactos da pandemia.

Na videoconfe­rência desta terça, Bolsonaro também defendeu a carteira de concessões e privatizaç­ões encampada por seu governo.

“Pretendemo­s acelerar os leilões de concessões e privatizaç­ões, em especial no âmbito do Programa de Parcerias de Investimen­tos, o PPI, que tem uma carteira de projetos estratégic­os de longo prazo, baixo risco e com taxas de retorno atraentes e estáveis”, disse Bolsonaro.

“Em 2021 vamos acelerar o calendário de privatizaç­ões e dar continuida­de às medidas de aperfeiçoa­mento no ambiente de negócios”, afirmou.

Ele defendeu medidas adotadas durante a crise da Covid.

“Apesar da Covid, nosso governo manteve compromiss­o com os empreended­ores, investidor­es e empregados. Conseguimo­s preservar milhões de postos de trabalho em plena pandemia e garantimos as cadeias de abastecime­nto no país.”

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