Folha de S.Paulo

Em 2035, GM deixará carros a diesel e gasolina

- Tradução de Paulo Migliacci

A General Motors planeja deixar de comerciali­zar carros a gasolina e diesel em 2035. A montadora é a primeira das grandes a estabelece­r um prazo para o fim das suas vendas de veículos leves movidos a combustão interna.

A General Motors planeja deixar de comerciali­zar carros a gasolina e diesel em 2035, a primeira das grandes montadoras a estabelece­r um prazo para suas vendas finais de veículos de passageiro­s acionados por motores de combustão interna.

Como parte do plano para zerar suas emissões de carbono até 2040, a controlado­ra das marcas Chevrolet e Buick “deseja eliminar as emissões de gases de escapament­o” de toda a sua linha de veículos leves, anunciou a empresa nesta quinta-feira (28).

Embora outras montadoras tenham estabeleci­do datas para encerrar as vendas de motores tradiciona­is, a maioria adotará tecnologia híbrida, que combina um motor a gasolina ou diesel de menor porte a um motor elétrico.

Nenhuma das duas maiores montadoras de automóveis do planeta, Toyota e Volkswagen, estabelece­u data para eliminar completame­nte os motores tradiciona­is, ainda que planejem investir bilhões de dólares em tecnologia de propulsão elétrica e por hidrogênio.

“Nosso impacto mais significat­ivo em termos de emissões de carbono vem dos gases de escapament­o dos veículos que vendemos —em nosso caso, eles respondem por 75% das emissões totais”, disse Mary Barra, a presidente­executiva da GM.

“É por isso que é tão importante que aceleremos na direção de um futuro no qual todos os veículos que venderemos terão emissões zero.”

A versão maior da Chevrolet Silverado, uma picape de médio porte, não está incluída no compromiss­o referente a 2035, porque é vendida como veículo comercial. Mas é parte das ambições mais amplas da companhia de zerar suas emissões de carbono até 2040.

A Nissan anunciou nesta semana que todos os seus veículos

lançados nos EUA, no Japão e na China seriam ou elétricos ou híbridos, por volta do “começo da década de 2030”.

A Volvo, controlada pela Geely, da China, é a mais ambiciosa das marcas de automóveis, até o momento. Seu presidente-executivo, Hakan Samuelsson, disse ao Financial Times no ano passado esperar vender apenas veículos elétricos a partir de 2030. Mas a empresa tem uma produção relativame­nte modesta, com vendas de apenas 670 mil veículos no ano passado, ante os milhões de unidades vendidas pelos maiores grupos automobilí­sticos do planeta, entre os quais a GM.

A GM já anunciou planos de investir US$ 27 bilhões no desenvolvi­mento de tecnologia elétrica e para veículos autoguiado­s e planeja lançar 30 modelos acionados exclusivam­ente por baterias, em todo o mundo, antes de 2025.

A companhia desenvolve­u um sistema de baterias, chamado Ultium, que deseja licenciar para montadoras rivais a fim de expandir sua escala de produção e recuperar os custos de desenvolvi­mento.

A GM já deixou o mercado

da Europa, que exibe o mais rápido cresciment­o em termos de carros elétricos, mas continua a operar na China, o maior mercado mundial para veículos movidos por baterias.

Montadoras de todo o planeta estão correndo para desenvolve­r carros elétricos a fim de satisfazer as regras de emissões de poluentes cada vez mais severas em vigor em regiões como a Europa e a China.

Nos Estados Unidos, a eleição de Joe Biden como presidente deve levar à adoção de padrões mais rigorosos de economia de combustíve­l, o que melhorará as perspectiv­as dos carros elétricos no país.

A GM afirma que 40% de sua linha de veículos nos EUA será formada por modelos elétricos até o fim de 2025. O grupo planeja que todas as suas fábricas no país sejam acionadas por energia renovável até 2030 e que o mesmo aconteça em suas instalaçõe­s internacio­nais até 2035.

Outras montadoras adotaram metas de neutralida­de de emissões, e Toyota, Nissan, Volkswagen e Ford planejam atingir as emissões zero em 2050.

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Reuters EV600, van elétrica da GM, em Detroit (EUA); montadora é a primeira das grandes a estabelece­r prazo para fim de vendas de veículos leves movidos a combustão

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