Folha de S.Paulo

EUA registram pior desempenho do PIB em 74 anos

- Tradução de Paulo Migliacci

A economia americana fechou 2020 com recuo de 3,5%, a primeira retração desde 2008-2009 e a maior desde 1946. O PIB cresceu 4% no quarto trimestre. Somado aos 33,4% nos três meses anteriores, o resultado reduziu as perdas da pandemia.

O PIB dos EUA desacelero­u no quarto trimestre e cresceu 4% na taxa anualizada, anunciou o Departamen­to de Comércio nesta quintafeir­a (28). O resultado se soma ao avanço recorde de 33,4% no terceiro trimestre e reduz ainda mais as perdas anteriores causadas pela pandemia.

Com o resultado, a economia americana fechou 2020 com uma contração de 3,5%, a primeira desde a crise de 20082009 e a maior desde 1946.

O coronavíru­s e o desordenam­ento provocado por ele nos negócios nos primeiros meses da pandemia geraram uma crise econômica, que resultou em fechamento de empresas e escolas, queda severa na demanda por bens e serviços e recorde de demissões.

A economia se recuperou no segundo semestre, com a reabertura das empresas, e registrou fortes ganhos em emprego e consumo no terceiro trimestre, com o investimen­to de trilhões de dólares em assistênci­a governamen­tal.

Embora a recuperaçã­o tenha desacelera­do, economista­s estimam que ela voltará a ganhar impulso mais tarde, quando a pandemia estiver sob controle, embora o coronavíru­s continue a ser uma ameaça à economia global.

“Depois do desastre da pandemia, veremos cresciment­o desproporc­ional do segundo trimestre em diante e queda forte de desemprego”, disse Joseph Brusuelas, economista chefe da consultori­a RSM US.

O FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) estima que a economia dos EUA deva crescer 5,1% neste ano.

Os economista­s esperam que as contrataçõ­es começarão devagar neste ano, depois das demissões em dezembro. Mas também antecipam que o ímpeto deva crescer mais tarde, quando a vacina para a Covid-19 estiver disponível de maneira ampla e os consumidor­es puderem retomar às atividades como comer fora, assistir a eventos esportivos e viajar para férias. Escritório­s devem ser reabertos para um maior número de trabalhado­res, o que geraria alta em número de almoços em restaurant­es e happy hours.

Outros fatores incluem a assistênci­a governamen­tal e a poupança acumulada pelas pessoas que continuara­m a trabalhar, mas reduziram seus gastos durante a pandemia.

O consumo é o propulsor da produção econômica dos EUA, particular­mente em alguns dos setores atingidos com mais força durante a pandemia, como restaurant­es, hotéis, lojas e serviços pessoais.

“Esperamos que haja bastante cresciment­o no fim do segundo trimestre e no terceiro trimestre, quando o setor de serviços retomar as atividades”, disse Daniil Manaenkov, economista da Universida­de do Michigan.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil