Folha de S.Paulo

Pai amoroso, foi exemplo de dedicação à família

RICARDO CAMPOS ASSAYAG (1989-2021)

- Roberto Livianu coluna.obituario@grupofolha.com.br PETRONILA ELIZABETTA MARIA RIZZO Aos 82, solteira. Quinta (28/1). Crematório Bosque da Paz, Vargem Grande Paulista (SP)

Ricardo Campos Assayag não tirava o sorriso do rosto nem quando o seu time do coração, o Vasco, pelo qual era fanático, perdia uma partida. Amante do futebol, era vascaíno na alegria e na tristeza, de fidelidade semelhante à canina.

Simpático, alegre e de hábitos simples, familiares e amigos o chamavam de gordinho.

Ricardo nasceu em Manaus, em 1989, um ano depois da Constituiç­ão Cidadã.

Casado com Daiana e pai dedicado de Rebeca, 10, e Antony, 1, adorava estar com a família. Apesar de ter sido pai muito cedo, aos 21 anos, sempre cumpriu em alto patamar de maturidade seu papel paterno.

Ricardo trabalhava na área de tecnologia. Era muito querido pela família por ser o caçula, mas não se aproveitav­a de certa preferênci­a. Guerreiro desde cedo, não aceitava nada caído do céu e sentia orgulho de suas conquistas.

Ricardo era o melhor amigo de seu pai, Abrahim, o velhinho, um grande companheir­o de todas as jornadas.

No sábado (23), Ricardo começou a perceber os primeiros sintomas. A princípio não parecia tão sério e grave. O quadro de Covid-19 foi confirmado e rapidament­e se agravou.

Em Manaus, não havia vaga em UTI. Em desespero, a família tentou interná-lo em outro estado, mas ele não resistiu.

Ricardo morreu dia 27 de janeiro, aos 31 anos. Deixa a esposa, Daiana, os filhos, Rebeca e Antony, os pais,

Rosilda e Abrahim e seis irmãos (Neto, Júnior, Elka, Josana, Lana e Raquel).

A Covid-19 leva um menino com um futuro pela frente, um mundo de sonhos e planos. A doença lhe tirou a chance de acompanhar o primeiro dia de escola do pequeno Antony, que apenas lembrará do pai por foto, e ver os filhos adultos.

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