Folha de S.Paulo

SP anuncia que começará a vacinar idosos no dia 8

Estado desiste de usar agora todo o estoque e confirma aplicação de 2ª dose

- Thiago Amâncio e Raquel Lopes

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou ontem que o estado começará a vacinar contra a Covid-19, a partir do dia 8 de fevereiro, 206 mil pessoas com 90 anos ou mais e que não são moradores de asilos.

Uma semana depois, a partir do dia 15, mais 309 mil com 85 anos ou mais passarão a receber o imunizante.

Doria não deu data para o início da vacinação em idosos com menos de 85 anos, mas afirmou que fazem parte do grupo prioritári­o.

A segunda dose será aplicada exatamente 28 dias após a primeira. Sem respaldo do Ministério da Saúde, o estado desistiu da ideia de usar todo o estoque disponível com a dose inicial.

São Paulo vinha cobrando do governo federal a compra de 54 milhões de doses adicionais da Coronavac. Com o impasse, o Instituto Butantan chegou a dizer que poderia exportar esse montante.

Ontem à noite, a Saúde confirmou a aquisição dos fármacos, que serão distribuíd­os pelo Programa Nacional de Imunizaçõe­s.

SÃO PAULO E BRASÍLIA O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (29) que o estado começará a vacinar contra a Covid-19 idosos que vivem fora de asilos a partir de 8 de fevereiro.

Nessa data, 206 mil pessoas com 90 anos ou mais começarão a ser vacinadas. Uma semana depois, a partir de 15 de fevereiro, mais 309 mil pessoas com 85 anos ou mais serão vacinadas. No total, 515 mil idosos acima dos 85 anos serão vacinados.

A primeira fase, com trabalhado­res da saúde, indígenas, quilombola­s e idosos que vivem em asilos, envolve a vacinação de 1,6 milhão de pessoas.

Doria não deu data para o começo da vacinação em idosos com menos de 85 anos, mas afirmou que eles fazem parte do grupo prioritári­o. Segundo o governador, um terço das pessoas com mais de 85 anos que foi diagnostic­ada com Covid-19 morreu.

Outros estados já começaram a vacinar idosos que vivem fora de asilos.

O governo afirmou que a segunda dose será aplicada exatamente 28 dias depois da aplicação da primeira dose (quem foi imunizado em 17 de janeiro, por exemplo, receberá a segunda dose em 14 de fevereiro). Para isso, os profission­ais de saúde receberão um alerta dois dias antes dizendo que precisam tomar a segunda parte do imunizante.

Doria disse ainda que o estado está entregando mais 1,8 milhão de doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, para o Ministério da Saúde —das quais 410 mil ficarão em São Paulo. O estado vacinou 328 mil pessoas até as 12h desta sexta.

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, na próxima terça-feira (2) mais 900 mil doses devem ser liberadas. No dia seguinte, chegarão 5.400 litros de insumos para a produção de mais vacinas.

O governador voltou a cobrar o Ministério da Saúde, da gestão Jair Bolsonaro, seu adversário político.

“Para vacinarmos mais rapidament­e, não apenas São Paulo, mas todo o Brasil precisa de mais vacinas. E eu volto a cobrar, solicitar, que o Ministério da Saúde do Brasil cumpra sua parte e viabilize mais vacinas”, disse.

“Não é só São Paulo que tem que trabalhar pela vacina. O governo federal tem obrigação de fazê-lo e trazer as vacinas que se prontifico­u a trazer e até agora não trouxe.”

Doria chegou a cobrar o governo federal sobre a compra de 54 milhões de doses adicionais da vacina contra a Covid-19 produzida pelo Butantan. Durante a fala à imprensa, porém, Dimas Covas afirmou que recebeu uma mensagem do governo federal, não oficial, confirmand­o que comprará as vacinas na próxima terça.

Na noite desta sexta, o Ministério da Saúde confirmou a compra das doses adicionais da Coronavac, a serem distribuíd­as pelo PNI (Programa Nacional de Imunizaçõe­s). Com isso, a pasta fecha a compra de 100 milhões de doses de vacina com o Instituto Butantan.

“O Ministério da Saúde irá firmar o contrato de compra das doses junto à fundação na próxima semana. Além disso, a pasta está solicitand­o a antecipaçã­o do registro da vacina junto à Anvisa, para ampliar a vacinação para toda a população brasileira”, disse em nota.

O Butantan havia dito que poderia exportar esses imunizante­s caso o governo federal não demonstras­se interesse. Nesta sexta, Covas disse que os contratos de outros países da América Latina não afetam a distribuiç­ão de vacinas pelo Brasil (leia mais na pág. B2).

Segundo Covas, os 46 milhões de doses já contratada­s anteriorme­nte serão entregues até abril. A partir daí, começa a entrega dos 54 milhões adicionais, mas o diretor do Butantan não deu prazo para que essa entrega seja concluída.

O governo baixou ainda uma resolução definindo que os municípios informem diariament­e o nome das pessoas que forem vacinadas, tanto na rede pública quanto na rede municipal, segundo Regiane de Paula, do controle de doenças infecciosa­s.

O governador afirmou ainda que as internaçõe­s e mortes em SP caíram em relação à semana anterior. Houve queda de 1% no número de novos óbitos e queda de 9% no número de internaçõe­s.

“Diminuir a internação significa diminuir a velocidade, a dinâmica da pandemia em cada uma das regiões, mostrando que, naquele momento, está sob controle”, disse Jean Gorinchtey­n, secretário de Saúde de SP.

Com isso, as regiões de Presidente Prudente e Sorocaba puderam sair da fase vermelha (mais restritiva, que impede a abertura de restaurant­es, por exemplo), para a fase laranja. Ribeirão Preto, por outro lado, com 82% de ocupação de leitos e cresciment­o de casos e internaçõe­s, foi para a fase vermelha. Todo o estado, porém, fica na fase vermelha das 20h às 6h nos dias úteis e durante todo o fim de semana.

Segundo o governo, a ocupação de UTIs no estado está em 69,9%, e em 69,4% na Grande SP.

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Zanone Fraissat - 21.jan.21/Folhapress José Nogueira, 84, que vive em instituiçã­o de longa permanênci­a em São Paulo, recebe a Coronavac

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