Folha de S.Paulo

Após frustraçõe­s, clube alviverde pode, enfim, ter Mundial

Palmeirens­es voltam a disputar o Mundial de Clubes 21 anos após derrota para o Manchester United no Japão

- Alberto Nogueira

Com o título da Libertador­es, o torcedor palmeirens­e vê chegar ao fim uma longa espera de 21 anos para assistir ao seu time em um Mundial de Clubes.

Já no próximo dia 7, um domingo, às 15h, o Palmeiras entrará no gramado do Education City, em Doha, no Qatar, para enfrentar o vencedor do duelo entre Tigres (MEX) e Ulsan (COR), que será disputado na quinta-feira (4), às 11h.

Se vencer o jogo, poderá ter pela frente o Bayern de Munique, clube que massacrou o Barcelona de Messi na última edição da Champions League ao aplicar impiedosos 8 a 2 e venceu o torneio sobre o PSG de Neymar e Mbappé.

Para chegar à final do dia 11 de fevereiro, quinta, às 15h, o time alemão terá de passar pelo vencedor do confronto entre o egípcio Al-Ahly, campeão africano, e o Al Duhail, convidado por ser do país sede.

Já o Palmeiras enfrentará quem triunfar na disputa entre os mexicanos, campeões da Concacaf, e os coreanos, da Champions da Ásia.

A missão do clube brasileiro para finalmente conquistar o mundo é árdua não só por estar no final de uma temporada atípica, mas por todo o retrospect­o dos últimos oito anos da competição.

Desde o título do Corinthian­s, em 2012, diante do Chelsea, nenhum time sul-americano levantou o troféu. De lá para cá, o predomínio é totalmente europeu. Na última edição, em 2019, o Flamengo acabou derrotado pelo Liverpool, por 1 a 0, gol de Firmino.

No passado, a saga do Palmeiras em busca do título mundial teve dois capítulos frustrante­s, um dentro e o outro fora de campo.

Ao conquistar seu primeiro título da Libertador­es, em 1999, contra o Deportivo Cali (COL), o clube alviverde garantiu o direito de jogar a Copa Interconti­nental.

O adversário era o Manchester United (ING), então campeão inglês, da Copa da Inglaterra e da Champions League na temporada 1998/99. Uma equipe com David Beckham, Roy Keane, Giggs e Scholes.

Pelo lado palestrino, atuavam, nomes como Marcos, Alex, Paulo Nunes, Zinho, César Sampaio e Faustino Asprilla. Uma época em que a disparidad­e entre os grandes clubes europeus e os principais times sul-americanos não era tão grande quanto hoje.

Isso foi confirmado com a bola rolando. O Palmeiras viu o goleiro australian­o Bosnich, sucessor do lendário Schmeichel, fazer uma rara grande partida com a camisa dos Diabos Vermelhos. Do outro lado, o time inglês contou com falha do goleiro Marcos, que saiu errado do gol para cortar um cruzamento de Giggs, culminando no gol de Keane.

Os palmeirens­es ainda reclamam de um gol mal anulado de Alex. Hoje, com o VAR, a posição do meia, pelo menos dois passos atrás do último defensor, seria validada.

A segunda frustração teve início um mês depois, em janeiro de 2000, quando a Fifa organizou seu primeiro Mundial de Clubes. O United estava presente, assim como Real Madrid, campeão da Champions 1997/1998, o Vasco, Campeão da Libertador­es-1998 e o Corinthian­s, campeão brasileiro de 1998 e 1999, como convidado do país sede.

A não participaç­ão palmeirens­e e o título corintiano, no Maracanã, contra o Vasco, se tornaram uma desilusão ainda maior para o torcedor alviverde quando a edição de 2001, na Espanha, que tinha a presença do time confirmada pela Fifa, com data de estreia e adversário, foi cancelada a dois meses de sua realização.

O torneio organizado pela entidade que comanda o futebol mundial só voltaria a ser disputado em 2005, sem a presença do time e com o título do São Paulo sobre o Liverpool. Para piorar ainda mais a situação para os fãs palestrino­s, o Corinthian­s conquistar­ia o bicampeona­to anos depois.

A missão atual do Palmeiras, de acabar com a pecha de ser um clube sem título mundial —embora para muitos alviverdes a importante conquista da Copa Rio, em 1951, sobre a Juventus (ITA), tenha esse valor—, é enorme.

Caso se confirme o encontro com o Bayern, será uma missão parecida com a do Flamengo diante do Liverpool. Dura, mas não impossível, como mostraram os rubro-negros. A exemplo do que diz o técnico Abel Ferreira, “cada jogo tem uma história”.

 ?? Nelson Almeida/AFP ?? 1 Breno Lopes comemora após marcar o gol da vitória do Palmeiras sobre o Santos na final da Libertador­es; 2 Weverton segura sua filha no gramado do Maracanã após a conquista; 3 torcedores do Palmeiras se aglomeram e comemoram título continenta­l nas ruas de São Paulo; 4 o técnico Cuca, do Santos, é expulso após confusão com Marcos Rocha
Nelson Almeida/AFP 1 Breno Lopes comemora após marcar o gol da vitória do Palmeiras sobre o Santos na final da Libertador­es; 2 Weverton segura sua filha no gramado do Maracanã após a conquista; 3 torcedores do Palmeiras se aglomeram e comemoram título continenta­l nas ruas de São Paulo; 4 o técnico Cuca, do Santos, é expulso após confusão com Marcos Rocha
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Delmiro Junior/Photo Premium/Agência O Globo 4
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Chaveament­o do Mundial de Clubes da Fifa

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