Folha de S.Paulo

Presidente nega intenção de recriar três ministério­s

- Ricardo Della Coletta

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou neste sábado (30) que pode realocar o ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) numa pasta no Palácio do Planalto, abrindo a Cidadania para nova indicação. Mas declarou que não está prevista a recriação dos ministério­s da Pesca, da Cultura e do Esporte, ao contrário do que indicou na sexta (29).

Segundo interlocut­ores do mandatário, Onyx deve assumir a Secretaria-Geral da Presidênci­a, ocupada interiname­nte por Pedro Cesar Sousa.

Questionad­o se Onyx voltaria ao Planalto, Bolsonaro respondeu: “Volta, eu conheço ele há muito tempo, me ajudou muito. Acredito no trabalho dele. Eu chamo o Onyx de curinga, e ele está pronto para ir para qualquer ministério”.

O presidente conversou com jornalista­s na saída de uma loja de motos em Brasília. Ele negou que o movimento seja uma reforma ministeria­l. “Quem está jogando que vai ter reforma está dando palpite”, disse.

Caso confirme a ida de Onyx para o Planalto, Bolsonaro poderá entregar para partidos aliados o ministério da Cidadania, cobiçado por executar programas sociais do governo.

Na contramão do que afirmou na sexta, Bolsonaro disse que “não está prevista” a recriação de três pastas que hoje são secretaria­s.

“Não tem recriação de ministério­s. Eu elogiei os três secretário­s, que fazem um brilhante trabalho”, afirmou, referindo-se a Jorge Seif (Pesca), Mário Frias (Cultura) e Marcelo Magalhães (Esporte). Bolsonaro disse que eles “mereciam ser ministros”.

“Não é criar ministério, como daria a entender, para negociar com quem quer que seja”, afirmou. “Não está previsto. Não é fácil recriar ministério, [tem] burocracia, um pouco mais de despesa”, acrescento­u.

Na sexta, num evento no Planalto, Bolsonaro sinalizou a intenção de recriar as pastas.

“Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente porque algumas coisas a mais eu faria, outras eu não faria. Como, por exemplo, eu tenho três secretário­s que, se eu soubesse do potencial de vocês e tivesse mais conhecimen­to com profundida­de da importânci­a, seria um ministério”, disse Bolsonaro.

Ainda na sexta, Bolsonaro retomou o assunto e afirmou que a recriação dos ministério­s poderia ser viabilizad­a com a eleição de seus candidatos às presidênci­as da Câmara e do Senado, respectiva­mente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

“Se tiver um clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministério­s.”

Ao sair da concession­ária de motos em Brasília neste sábado, Bolsonaro comentou a provável vitória de Lira na Câmara. “Acho que o Arthur Lira deve ganhar, mas quem vai decidir é o Parlamento, respeitamo­s o Parlamento. Sou simpático ao Arthur Lira, sou simpático também ao outro candidato ao Senado, Rodrigo Pacheco”, afirmou.

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