Presidente nega intenção de recriar três ministérios
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou neste sábado (30) que pode realocar o ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS) numa pasta no Palácio do Planalto, abrindo a Cidadania para nova indicação. Mas declarou que não está prevista a recriação dos ministérios da Pesca, da Cultura e do Esporte, ao contrário do que indicou na sexta (29).
Segundo interlocutores do mandatário, Onyx deve assumir a Secretaria-Geral da Presidência, ocupada interinamente por Pedro Cesar Sousa.
Questionado se Onyx voltaria ao Planalto, Bolsonaro respondeu: “Volta, eu conheço ele há muito tempo, me ajudou muito. Acredito no trabalho dele. Eu chamo o Onyx de curinga, e ele está pronto para ir para qualquer ministério”.
O presidente conversou com jornalistas na saída de uma loja de motos em Brasília. Ele negou que o movimento seja uma reforma ministerial. “Quem está jogando que vai ter reforma está dando palpite”, disse.
Caso confirme a ida de Onyx para o Planalto, Bolsonaro poderá entregar para partidos aliados o ministério da Cidadania, cobiçado por executar programas sociais do governo.
Na contramão do que afirmou na sexta, Bolsonaro disse que “não está prevista” a recriação de três pastas que hoje são secretarias.
“Não tem recriação de ministérios. Eu elogiei os três secretários, que fazem um brilhante trabalho”, afirmou, referindo-se a Jorge Seif (Pesca), Mário Frias (Cultura) e Marcelo Magalhães (Esporte). Bolsonaro disse que eles “mereciam ser ministros”.
“Não é criar ministério, como daria a entender, para negociar com quem quer que seja”, afirmou. “Não está previsto. Não é fácil recriar ministério, [tem] burocracia, um pouco mais de despesa”, acrescentou.
Na sexta, num evento no Planalto, Bolsonaro sinalizou a intenção de recriar as pastas.
“Eu queria que hoje eu tivesse sido eleito presidente porque algumas coisas a mais eu faria, outras eu não faria. Como, por exemplo, eu tenho três secretários que, se eu soubesse do potencial de vocês e tivesse mais conhecimento com profundidade da importância, seria um ministério”, disse Bolsonaro.
Ainda na sexta, Bolsonaro retomou o assunto e afirmou que a recriação dos ministérios poderia ser viabilizada com a eleição de seus candidatos às presidências da Câmara e do Senado, respectivamente Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“Se tiver um clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios.”
Ao sair da concessionária de motos em Brasília neste sábado, Bolsonaro comentou a provável vitória de Lira na Câmara. “Acho que o Arthur Lira deve ganhar, mas quem vai decidir é o Parlamento, respeitamos o Parlamento. Sou simpático ao Arthur Lira, sou simpático também ao outro candidato ao Senado, Rodrigo Pacheco”, afirmou.