Folha de S.Paulo

Defendeu os direitos de seu povo no movimento estudantil

OROWAO PANDRAN CANOÉ ORO MON (1984-2021)

- Cristina Camargo coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo Liderança indígena do povo canoé, Orowao

Pandran Canoé Oro Mon, 36, era formado em gestão ambiental e cursava mestrado em letras na Universida­de Federal de Rondônia.

Ganhou destaque e virou exemplo para os jovens indígenas ao atuar no movimento estudantil e na defesa dos direitos de seu povo. Era filho de duas lideranças, Maria Eva Canoé e Wem Parawan.

Morreu na quarta-feira (27), em Porto Velho (RO), vítima de complicaçõ­es da Covid-19. Segundo a Coiab (Coordenaçã­o

das Organizaçõ­es Indígenas da Amazônia Brasileira), ele precisou fazer hemodiális­e, mas quando o aparelho chegou já havia morrido.

Natural da Terra Indígena Sagarana, em Guajará-Mirim (RO), dizia aos amigos universitá­rios que suas pesquisas sobre diversidad­e cultural eram importante­s para a memória de sua cultura. Afirmava ter orgulho da trajetória de seus avós, pais e irmãs na luta pelos direitos indígenas.

“Sem a presença dele no nosso meio acadêmico, o mundo perde um pouco do brilho, da alegria e do arco-íris da diversidad­e cultural que tínhamos no mestrado”, diz nota de pesar divulgada pela universida­de.

Em cerimônia de encantamen­to realizada no formato online, na quinta-feira (28), amigos lembraram, com emoção, a trajetória de Orowao.

“Foi um golpe muito forte para todos nós. Mas ele terá continuida­de na juventude. Ele, como jovem, se colocou como uma semente teimosa”, disse a amiga Vera Gabriel.

A estudante Rosa Maria Vilela, do diretório dos estudantes da Universida­de Federal de Rondônia, contou durante a cerimônia virtual que ele tinha muito orgulho dos ancestrais e lamentava não ter aprendido mais com eles.

“Trazia uma dor pela violência contra o povo dele, em todos os aspectos”, lembrou.

Para a amiga, ele falava sobre as dificuldad­es de ficar longe dos familiares e de sua terra para poder ter acesso à educação. Ao mesmo tempo, demonstrav­a alegria por ser um ativista na defesa dos povos indígenas.

“Era um companheir­o de toda hora. Sentava para conversar, mostrava uma luz no fim do túnel”, disse.

De acordo com a Coiab, chegam a 2005 os casos de Covid-19 entre os povos indígenas de Rondônia. Trinta e seis do total de contaminad­os morreram.

Rondônia vive uma escalada de novos casos e de hospitaliz­ações de pacientes com a Covid-19. Com cerca de 1,7 milhão de habitantes, o estado registrou cerca de 117,2 mil casos da Covid-19, com 2.111 mortes pela doença desde o início da epidemia.

ANTONIA MAGRO TURGO

Aos 91, viúva. Domingo (31),

Cemitério Jardim do Pêssego, r. Iososuke Okaue, 911, Jardim Helian.

JULIO ANTONIO DE CAMPOS JUNIOR

Aos 49, casado com Sandra Cristina da Silva Campos. Domingo (31). Cemitério Jardim do Pêssego.

IZILDINHA DA SILVA DI SANTO

Aos 64, viúva. Segunda (1º). Cemitério Jardim do Pêssego.

7º DIA

PETRONILA ELIZABETTA MARIA RIZZO

Nesta quarta (3/2) às 18h, Paróquia Nossa Senhora da Esperança, av. dos Eucaliptos, 556, Moema

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