Folha de S.Paulo

Bel Coelho e Atala criam campanha da help hour

Brincando com a expressão happy hour, chefs querem incentivar consumo em horários menos movimentad­os

- Nathalia Durval

Com o endurecime­nto da quarentena no estado de São Paulo e a redução do horário de funcioname­nto de restaurant­es e bares, um grupo de chefs renomados lança hoje uma campanha para estimular a visita do público a esses locais durante a pandemia.

Chamada de #HelpHour (hora de ajudar), a ação convida o público a consumir nos restaurant­es em horários não convencion­ais durante a semana, entre 16h e 20h —mesmo quando o funcioname­nto retornar à fase verde. Nesse período, nomes como Maní, Charco e Jiquitaia vão oferecer um menu especial, a partir desta terça (2).

A campanha, que brinca com o termo happy hour (hora feliz), é uma forma de lidar com as normas mais restritiva­s na capital e de manter aquecido o movimento, explica Bel Coelho, chef que idealizou a ação ao lado de Alex Atala, do Grupo D.O.M.

“Tem esse horário que é mais morto, com um consumo menor. Pensei em estimular as pessoas a adiantar o jantar e fazer um happy hour, com petiscos e bebidas”, diz a chef, que fechou as portas de seu Clandestin­o, na Vila Madalena, por conta da pandemia. Em dezembro, abriu o Cuia, café e restaurant­e dentro da livraria Megafauna, no Copan.

Entre os outros chefs que fazem parte do movimento estão Helena Rizzo (Maní e Manioca), Janaína Rueda (Bar da Dona Onça), Rodrigo Oliveira (Mocotó), Paola Carosella

(Arturito), Marcelo Corrêa Bastos (Jiquitaia), Renata Vanzetto (Ema, Muquifo), Luiz Filipe Souza (Evvai) e Bruno Fischetti (Ramona).

Desde o último dia 22, quando o governador João Doria (PSDB) decretou o retorno à fase vermelha de todas as cidades paulistas no plano de quarentena, os restaurant­es só podem funcionar por oito horas durante a semana e até às 20h. Aos sábados e domingos, devem fechar.

Nesta segunda (1º), porém, Doria afirmou que pode flexibiliz­ar as restrições impostas à abertura dos estabeleci­mentos a partir de quinta, dia 4, caso o número de internaçõe­s continue em queda.

“Alguns setores sofrem muito, as restrições podiam ser repensadas”, pondera Coelho. “É óbvio que a gente tira a máscara dentro do restaurant­e, sempre tem o risco, mas ele é menor. Uma festa aglomera muito mais.”

Segundo a chef, todos os estabeleci­mentos que fazem parte do movimento seguem à risca os protocolos sanitários, como o distanciam­ento entre as mesas e o uso obrigatóri­o de máscaras.

“Sou a favor das normas de segurança, mas sem auxílio fica difícil. A chance de muitos estabeleci­mentos quebrarem é grande”, diz Coelho.

A Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurant­es, prevê cerca de 20 mil desemprega­dos no setor apenas com as novas restrições em vigor. Segundo estimativa, 12 mil estabeleci­mentos já encerraram as atividades na capital paulista na pandemia.

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