Lula indica que Haddad concorrerá caso ele não possa
Lula sinalizou que, caso o STF não restitua os direitos políticos para que ele concorra a presidente em 2022, defenderá a candidatura de Fernando Haddad. Guilherme Boulos (PSOL) reagiu dizendo que a esquerda precisa de projeto, e não de nomes.
A notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já endossa o nome de Fernando Haddad (PT) para concorrer novamente à Presidência da República em 2022 gerou reação de Guilherme Boulos (PSOLSP), uma das novas e mais promissoras lideranças da esquerda no Brasil.
“Todos os partidos têm o direito de lançar candidato. Mas, com Jair Bolsonaro governando o Brasil, é preciso buscar unidade”, disse Boulos à Folha. “E unidade precisa começar por confluência de projeto e não jogando vários nomes na sala. Se isso for feito, a pulverização fica estabelecida”, disse.
Boulos prosseguiu: “O nome [do candidato anti-Bolsonaro à Presidência] deve ser o ponto de chegada e não o ponto de partida”.
Lula sinalizou que, caso o STF (Supremo Tribunal Federal) não restitua os direitos políticos para que ele concorra à Presidência, defenderá que o PT escolha como candidato Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato derrotado no segundo turno de 2018.
A decisão final sobre os direitos políticos de Lula será do STF (Supremo Tribunal Federal), que deve julgar, neste semestre, se o processo contra ele no caso do tríplex foi conduzido de forma parcial pelo ex-juiz Sergio Moro e deve ser anulado.
A Folha revelou que Lula
e Haddad tiveram uma conversa decisiva no sábado (30) e combinaram retomar em breve viagens pelo Brasil, juntos e também em roteiros separados.
Nesta sexta-feira (5), o exprefeito afirmou à TV 247 que aceitou se candidatar novamente ao cargo se os direitos políticos de Lula continuarem cassados.
“Ele (Lula) me chamou para uma conversa no último sábado e disse que não temos mais tempo para esperar. Ele me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei.”
Já Guilherme Boulos, à Folha, afirmou que defende a construção de uma mesa em que a esquerda possa “debater e chegar a pontos comuns. E, a partir daí, buscar uma metodologia para a escolha de um nome para concorrer à Presidência.
Ele se pronunciou também no Twitter. Numa mensagem, escreveu: “Defendo que a esquerda busque unidade para enfrentar Bolsonaro. Para isso, antes de lançar nomes, devemos discutir projeto”.
Coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto), Guilherme Boulos foi ao segundo turno como candidato da esquerda na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2020, enquanto o PT teve desempenho pífio para as suas dimensões. O candidato do PSOL, no primeiro turno, teve 20,2%, dos votos válidos —o petista Jilmar Tatto teve 8,7%.