Dez regiões do estado progridem de fase em plano de combate à Covid
são paulo O governo João Doria (PSDB) anunciou afrouxamento da quarentena no estado, com dez regiões progredindo para restrições mais leves. Apenas uma regrediu, disse o governador em entrevista à no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona oeste de São Paulo.
Doria tem sofrido forte pressão tanto de comerciantes quanto política, uma vez que prefeitos têm manifestado a decisão de desobedecer o Plano São Paulo. O governo afirma que o afrouxamento das restrições se deve à melhora com redução de casos de coronavírus nas últimas semanas.
As regiões que passaram da fase laranja para a amarela são região metropolitana de SP, Registro, Araçatuba, Baixada Santista, Presidente Prudente e Campinas.
Essas regiões passarão a poder manter abertos os comércios por mais duas horas, passando das 20h para 22h para o horário de fechamento. No caso dos bares, porém, o encerramento é mais cedo, às 20h.
A fase amarela permite 40% de ocupação em academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques estaduais. Eventos que causem aglomeração, como festas, baladas e shows permanecem vetados.
Barretos, Ribeirão Preto, Marília e Taubaté passaram para a fase laranja —comércios só podem funcionar até 20h. Já Araraquara teve piora em indicadores e passa para a fase vermelha.
A reclassificação já vale a partir deste sábado (6).
De acordo com a classificação anterior, 82% da população do estado estava na fase laranja e 18% na etapa vermelha. Agora, 66% passam a estar na fase amarela, 27% na laranja e 8% na vermelha.
A entrada dos municípios na fase amarela também possibilita que as escolas recebam 70% dos alunos. Na fase laranja, esse percentual é de 35%.
O governo apresentou dados de melhora nos dados de saúde de São Paulo. Em 21 de janeiro, o estado tinha 71,6% das UTIs ocupadas. Agora, chegamos a 67,2% de ocupação.
Em relação à última semana, houve redução de 11% no número de casos e o aumento de 4% nas mortes.
“Quando falamos de internação, tivemos 15% em queda, entre a segunda semana epidemiológica e esta semana. Portanto, essa queda é um sinal muito grande do controle da pandemia no nosso estado”, disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn,
Nesta semana, após ser pressionado pelo setor de bares e restaurantes, Doria voltou atrás e encurtou a fase vermelha para todo estado aos fins de semana. Em anúncio na quarta (3), o tucano determinou que a rede de comércio e serviços funcione de acordo com a classificação da região já neste sábado (6) e domingo (7).
Com isso, a Grande São Paulo, por exemplo, que iniciou a semana com restrições de fase vermelha (1), termina a semana na fase amarela (3).
O governador criticou o governo federal por desativar leitos de UTI no estado. “O Ministério da Saúde, em plena pandemia, numa das fases mais difíceis da segunda onda da pandemia desabilitou 3.258 leitos”, disse Doria.
Segundo ele, isso “estabelece claramente um viés político no comportamento do Ministério da Saúde no enfrentamento de uma crise gravíssima de saúde como essa”. O governador disse ainda que outras regiões foram “penalizadas” e que irá judicializar a questão.
Gorinchteyn afirmou que, dos quase 5.000 leitos ativos, apenas 564 foram habilitados. “Outros 3.258 leitos de Covid-19 foram desabilitados em plena pandemia”, disse.
Ele afirmou que, com isso, o governo federal deixou de fazer aportes de 1,5 R$ bilhão. “Dos 15 milhões de seringas e agulhas que deveriam ser enviadas aos estados, São Paulo solicitou a sua parte, de 3,4 milhões, que não vieram.”
Após a acusação, o Ministério da Saúde enviou uma nota afirmando que Doria mente.
“O governo de São Paulo recebeu recursos emergenciais para leitos Covid ao longo do ano passado numa ação que o estado e as demais unidades da federação haviam pactuado com o governo federal ser temporária. Além disso, o Ministério da Saúde repassou recursos suficientes durante 2020 que permitiriam ao estado abrir mais de 8 mil vagas em nível UTI”, diz o ministério.
Segundo a nota da pasta, Doria “mente ou tem total desconhecimento do ato”. “Como o ônus da prova cabe àquele que acusa, resta ao governador comprovar o que chamou de crime e de quebra de acordo federativo. Esse tipo de desinformação é um desserviço ao povo brasileiro”.