Folha de S.Paulo

Heineken investe em novas bebidas para fugir de estereótip­o masculino

- Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

londres | financial times A segunda maior cervejaria do mundo quer olhar além de seu público tradiciona­l, dominado por homens, e além da cerveja.

Dolf van den Brink, novo presidente-executivo da Heineken, disse que a companhia vai reforçar o marketing por trás de cervejas de baixo teor alcoólico ou sem álcool, cidra e águas com gás alcoólicas e saborizada­s, chamadas “hard seltzers”, para atrair mulheres e consumidor­es mais jovens.

A empresa, que também fabrica marcas como Tiger, Amstel e Moretti, já dedica um quarto de seu orçamento de marketing da cerveja Heineken à marca sem álcool 0.0, embora ela constitua menos de um quarto de suas vendas.

Van den Brink acredita que a marca possa ocupar 5% do mercado global de cervejas dentro de cinco a seis anos. “Estamos apenas nos primeiros estágios da 0.0.”

O presidente-executivo também quer que o grupo amplie sua atrativida­de.

“Nossa visão é que os consumidor­es querem opções”, disse. “Nas noites de sextafeira em um bar você pode preferir uma Heineken com álcool, durante a semana algo com menos álcool e mais refrescant­e e, num almoço de trabalho, uma 0.0.”

Desde seu lançamento, em 2017, a Heineken 0.0 se tornou a marca de cerveja sem álcool mais importante globalment­e, mas a companhia demorou para pegar ritmo em outros lugares. Van den Brink admitiu estar “relativame­nte atrasado” em relação às “hard seltzers”, que tomaram os EUA; desde setembro, ela lançou as marcas Pure Piraña e Amstel Ultra Seltzer.

Beber cerveja, entretanto, está “subdesenvo­lvido” entre as mulheres e os consumidor­es mais jovens, segundo ele, mas a Heineken poderá conquistá-los “sendo criativa e inovadora”.

Tal mudança é necessária, diz Trevor Stirling, analista da Bernstein. “A indústria de cervejas ignorou durante décadas o fato de que metade da população realmente não gostava de beber cerveja.”

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