Belarus faz blitz contra entidades de jornalismo e direitos humanos
bruxelas A ditadura belarussa fez nesta terça (16) uma investida contra jornalistas e defensores de direitos humanos em várias cidades do país. Houve batidas da polícia secreta KGB e de tropas de segurança em mais de 21 locais, entre eles o escritório da Associação de Jornalistas Belarussos (AJB) e o de uma das principais entidades de direitos humanos do país, a Viasna. O sindicato independente REP também foi alvo.
Segundo o regime, o objetivo é “apurar as circunstâncias de financiamento das atividades de protesto”. Desde a reeleição—considerada fraudada— de Aleksandr Lukachenko, em agosto do ano passado, belarussos têm feito manifestações diárias contra o ditador e por novas eleições livres, apesar da repressão constante do governo.
Nos últimos seis meses, mais de 400 jornalistas foram detidos quando cobriam os protestos e neste final de semana eram 256 os presos políticos no país. Nesta terça, antes de ser detido, o ativista Boris Haretski, vicepresidente da AJB, publicou em uma mídia social, sobre um fundo vermelho, “Estão arrombando minha porta. Esperem, não fizemos nada”.
O presidente da associação de jornalistas, Andrei Bastunts, foi levado às 8h (horário local, 3h em Brasília) pela polícia de sua casa para o escritório da AJB, onde seria feita uma revista, segundo a mulher dele, Sabina. A polícia deixou o local após o meio-dia, e ela não teve mais notícias do marido nem conseguiu contatá-lo.
Sabina e outros atingidos pela operação dizem que não foram apresentados mandados de prisão ou de busca.
“Nós publicaremos todas as informações sobre nossas atividades departamentais, mas por enquanto estamos trabalhando com essas informações”, afirmou Olga Chemodanova, representante do Ministério de Assuntos Internos, responsável pela segurança.
No caso da Viasna, ONG que ajudou a documentar mais de 500 casos de tortura das tropas de Lukachenko contra manifestantes antiditadura, foram feitas buscas em todos os centros regionais da entidade, e um vice-diretor foi detido.