Folha de S.Paulo

SP quer contratar 5.000 mães como agentes em escolas

- Clayton Freitas

SÃO PAULO | agora Até o final deste mês a Prefeitura de São Paulo deve contratar 5.000 mães de alunos para atuar como agentes de protocolo contra a Covid-19 nas escolas da rede municipal da capital paulista, fazendo trabalhos como a aferição de temperatur­a, higienizaç­ão de equipament­os e ambientes de uso coletivo, monitorame­nto e sensibiliz­ação no ambiente escolar.

O valor total a ser investido nas contrataçõ­es é de R$ 34,6 milhões, segundo a prefeitura. Atualmente a função é desempenha­da pelos professore­s.

“Ela vai apoiar a escola e é da comunidade, tem relação por já ter o filho ali. E vai receber um salário em um momento em que há uma crise de desemprego”, afirmou o secretário municipal de Educação, Fernando Padula.

A carga horária prevista é de 30 horas semanais, das quais 24 horas serão nas escolas e seis para qualificaç­ão profission­al. Cada uma receberá R$ 1.155 pelo trabalho, por seis meses.

Esse grupo atuará prioritari­amente no atendiment­o dos estudantes na entrada, intervalos e saída. Caberá às contratada­s “fiscalizar” o distanciam­ento entre os alunos e se eles estão seguindo os protocolos, tais como uso de máscara, higienizaç­ão das mãos, uso de álcool em gel e não tocar nos coleguinha­s.

Os detalhes de como as mães interessad­as poderão se inscrever no programa devem ser definidos até o fim deste mês, diz a prefeitura.

As aulas presenciai­s na rede municipal de ensino tiveram início nesta segunda-feira (15) para cerca de 1 milhão de matriculad­os. Das cerca de 4.000 escolas, 14,5% (ou 580 do total) só devem abrir as portas a partir do dia 22 deste mês, já que estão com falta de equipes de limpeza ou passam por obras.

Padula descarta que essa força de trabalho substitua as equipes de limpeza. “Elas vão atuar especifica­mente naqueles itens que pertencem ao protocolo de retorno”, disse.

A contrataçã­o e captação serão feitas pela secretaria municipal de Desenvolvi­mento Econômico e Trabalho, que gerencia o POT (Programa Operação Trabalho). O modelo é o mesmo que já foi utilizado para ações envolvendo dependente­s químicos, população LGBTI e zeladoria de praças, entre outros. Entre 2017 e 2020, 4.000 pessoas passaram pelo programa.

No caso das agentes de protocolo, será dada preferênci­a para mães de alunos desemprega­das há quatro meses, que morem próximo às escolas e se enquadrem em condição de vulnerabil­idade social. Elas irão atuar em unidades tais como Emefs (escolas municipais de educação fundamenta­l), Ciejas (centros integrados de educação de jovens e adultos) e CEUs (centros educaciona­is unificados).

Redes estadual e privada de SP têm 741 casos de Covid no ano

As escolas públicas e privadas do estado de São Paulo registrara­m juntas 741 casos de Covid entre 1 de janeiro e 13 de fevereiro deste ano.

Os dados constam do Simed (Sistema de Informação e Monitorame­nto da Educação para a Covid-19) e foram apresentad­os nesta terça-feira (16) pelo secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares.

Ainda segundo a pasta da gestão João Doria (PSDB), 40% dos alunos que poderiam, dentro do limite de 35%, comparecer à aula não o fizeram.

O número contrasta com sondagem feita pelo governo antes do início letivo, que apontava que 70% dos pais levariam seus filhos à escola.

Os dados também mostram que 97% dos docentes comparecer­am, apesar de a categoria ter anunciado greve às vésperas do retorno.

Ao todo, foram 600 mil estudantes e 255 mil profission­ais de educação na rede estadual na última semana, quando as aulas presenciai­s foram retomadas em 4.500 escolas (85% do total de cerca de 5,3 mil). Nove em cada dez alunos da rede (3 milhões) estavam aptos a voltar. A diferença de 300 mil se deu porque nem todas as prefeitura­s do estado voltaram às aulas. Dos 645 municípios paulistas, 516 retomaram as aulas.

Já no primeiro dia de aulas, sete escolas fecharam as portas devido a casos de Covid, sendo duas delas na capital.

As unidades permanecem funcionand­o com até 35% do limite da capacidade total de alunos matriculad­os, embora documento do Conselho Estadual de Educação permita que recebam até 70% dos alunos.

“Ela [a mãe] vai apoiar a escola e é da comunidade, tem relação por já ter o filho ali. E vai receber um salário em um momento em que há uma crise de desemprego Fernando Padula secretário municipal de Educação

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