Folha de S.Paulo

Investigad­os negam irregulari­dades, e TJ não se manifesta

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O Tribunal de Justiça da Bahia não se manifestou sobre a situação da corte, e o seu atual presidente, Lourival Almeida Trindade, afirmou que não pode se posicionar sobre processos pendentes de julgamento.

O advogado do desembarga­dor Gesivaldo Britto, Adriano Figueiredo, diz que não foram identifica­dos elementos que apontem que o magistrado ostente padrão de vida incompatív­el com sua renda e que ele não participou de nenhum julgamento em processos que dissessem respeito ao objeto apurado.

“O MPF se apega a frágeis suposições para mantê-lo, a fórceps, no polo passivo da demanda criminal”, diz.

Os advogados de Maurício Teles Barbosa, Sérgio Habib e Thales Habib, afirmam que não há nos autos nenhuma prova de que ele tenha frustrado investigaç­ões ou favorecido Adailton Maturino, “desafiando a que se prove qual a sua conduta que o favoreceu”.

Também afirma que não procede a acusação de que ele tenha sido favorecido por Ediene, porque foi alvo de uma representa­ção do Ministério Público que acabou arquivada após um habeas corpus no TJ-BA. A defesa de Ediene também nega irregulari­dades.

Os advogados de José Valter Dias, Maurício Vasconcelo­s e Aloísio Freire, afirmam que a empresa criada com Maturino “foi realizada às claras e à luz da legislação pertinente”.

A movimentaç­ão financeira, diz a defesa, é “absolutame­nte compatível com a natureza dos negócios ao redor dos imóveis que integraliz­a, em preço de mercado cambial de soja, conforme reconhece o próprio Ministério Público Federal”. Também afirma que a família acredita ser titular do direito sobre as terras.

Os advogados de Adailton Maturino reiteram que as movimentaç­ões financeira­s feitas pelo seu cliente são regulares.

O advogado de Maria do Socorro, Bruno Espiñeira Lemos, argumenta que não há participaç­ão da magistrada em qualquer ato de lavagem de dinheiro ou em eventual organizaçã­o criminosa. Afirma que não houve intercepta­ção do telefone dela com qualquer dos investigad­os e que não há motivo para mantê-la presa.

“O que estão fazendo hoje, no caso, é tentar tirar qualquer oxigênio de vida e que ela resolva tentar delatar. De preferênci­a, que faça como a maioria, que invente, que deixe muito colorido além do normal”, afirma. “Eles criaram uma pirotecnia, um espetáculo para dar uma dimensão e fortalecer a narrativa do Ministério Público.”

A defesa de Nelson Vigolo “reafirma que o agricultor foi vítima de um poderoso esquema de extorsão que vem sendo revelado a cada etapa da Operação Faroeste”.

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