Folha de S.Paulo

SP tem maior ocupação de UTI desde o início da pandemia

Comitê avalia que pacientes têm quadro mais grave e prepara mais restrições para conter alta de casos

- Aline Mazzo

O estado de São Paulo registrou o maior número de pacientes com Covid hospitaliz­ados em UTIs (unidades de Terapia Intensiva) desde o início da pandemia, em 2020.

De acordo com o secretário-executivo do Centro de Contingênc­ia do Coronavíru­s, João Gabbardo, 6.410 pessoas estavam internadas ontem em leitos intensivos.

No pico da pandemia, em julho do ano passado, o estado registrou 6.257 pessoas infectadas em UTIs, segundo o secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchtey­n.

O comitê de contingênc­ia avalia que os doentes têm sido internados em condição mais grave e prepara recomendaç­ões mais fortes para conter o aumento de casos.

Cidades grandes e médias do interior endurecera­m restrições, com ações que vão até lockdown. São Bernardo do Campo, na Grande SP, terá toque de recolher.

são paulo O estado de São Paulo registrou o maior número de pacientes com Covid-19 internados em UTIs (unidades de terapia intensiva) desde o início da pandemia. Segundo o secretário-executivo do Centro de Contingênc­ia do Coronavíru­s, João Gabbardo, 6.410 pessoas estavam internadas em leitos intensivos nesta segunda-feira (22).

No pico da pandemia, em julho do ano passado, o estado registrou 6.257 pacientes em UTIs, de acordo com o secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchtey­n.

“Ultrapassa­mos um numerário histórico da pandemia”, disse em entrevista à imprensa na tarde desta segunda, no Palácio dos Bandeirant­es, no Morumbi (zona oeste da capital paulista).

Para Gabbardo, os pacientes têm permanecid­o mais tempo na UTI do que o previsto pelo comitê de controle da pandemia, um sinal de que os doentes têm sido internados em condição pior.

Diante do aumento da ocupação de leitos, o comitê fez uma lista de recomendaç­ões extraordin­árias, além das que já constam do Plano São Paulo, para tentar frear a circulação do vírus.

As medidas estão sendo analisadas pela gestão João Doria (PSDB) —que avalia a viabilidad­e jurídica das ações—e devem ser anunciadas nesta quarta-feira (24).

“São recomendaç­ões que, obviamente, vão tratar de redução da mobilidade, redução da movimentaç­ão das pessoas e é o que a gente pode fazer nesse momento para reduzir a transmissi­bilidade”, disse Gabbardo, que ainda informou que as novas medidas já começam a valer na próxima sexta-feira (26).

Em relação à última semana, o estado teve um aumento de 5,6% na média diária de novas internaçõe­s, chegando a 1.538 pacientes. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 67,9% no estado e 67,8% na Grande São Paulo. Segundo o secretário, o aumento de internaçõe­s mostra uma circulação mais intensa do vírus na região.

O governador Doria também afirmou que na próxima sexta-feira (26) será anunciado um calendário com novas etapas de vacinação por faixa etária no estado.

Questionad­o a respeito da declaração do ministro Eduardo Pazzuelo, que na última sexta-feira (19) afirmou a prefeitos que não seria mais necessário reservar a segunda dose da vacina Coronavac para ser aplicada, Gorinchtey­n disse que o estado não foi informado oficialmen­te pelo Ministério da Saúde a respeito da mudança de estratégia na imunização.

O secretário ainda afirmou que o presidente do Conass (Conselho Nacional dos Secretário de Saúde) vai expedir ofício ao Ministério da Saúde solicitand­o que essa comunizaçã­o seja feita de maneira oficial.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que nesta terça (23) começam a ser enviadas novas remessas diárias de Coronavac ao Ministério da Saúde. A previsão de entrega é de 3,4 milhões de doses nos próximos oito dias, mas o número pode aumentar.

O instituto avalia, segundo Covas, ampliar a produção com aumento de funcionári­os e do horário de trabalho a pedido do governador. O anúncio dessa revisão do plano de produção da vacina deve ser anunciado em evento na manhã de terça, em comemoraçã­o aos 120 anos do Butantan.

Com a proximidad­e do início da imunização contra gripe, programada para fim de abril, a secretaria da Saúde orienta que seja dado um intervalo de ao menos 15 dias entre as doses das vacinas contra Covid-19 e Influenza. Segundo Gorinchtey­n, esse tempo de “observação” é necessário para evitar qualquer tipo de reação.

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Antonio Molina/Zimel Press/Ag. O Globo O governador de SP, João Doria (PSDB) e secretário­s, em entrevista no Palácio dos Bandeirant­es

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