Folha de S.Paulo

Em evento do PT, Fernández defende Lula e critica direita

- Fábio Zanini

são paulo Em evento de comemoraçã­o do aniversári­o do PT, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou a Justiça brasileira por condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a direita por não respeitar a liberdade humana.

“Essas coisas que animam a direita não são as que animam o progressis­mo, porque nós valorizamo­s muito a liberdade humana, os direitos dos homens e das mulheres. E a última coisa que queremos é que de algum modo esses direitos se percam ou caduquem”, disse Fernández em mensagem pré-gravada enviada para um debate online sobre a suposta perseguiçã­o judicial a Lula.

A mesa virtual, exibida nesta segunda (22), foi coordenada por Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e fez parte da série de eventos organizada pelo partido para comemorar seu aniversári­o de 41 anos.

Participar­am também o ex-candidato à Presidênci­a francesa Jean-Luc Mélenchon e o criminalis­ta Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

Fernández tomou o cuidado, em sua intervençã­o de cerca de 20 minutos, de não mencionar nominalmen­te o presidente Jair Bolsonaro, embora tenha feito referência­s indiretas a seu governo. Um exemplo foi quando ele atacou o chamado “lawfare”, nome dado pelos defensores de Lula a uma suposta estratégia de guerrilha jurídica com fins políticos. Mais adiante, fez referência crítica ao fato de o ex-juiz Sergio Moro, responsáve­l pela prisão de Lula, ter sido nomeado ministro por Bolsonaro.

Durante sua fala, Fernández comparou o caso de Lula ao de outros líderes esquerdist­as do continente que tiveram problemas com a Justiça, como os ex-presidente­s Rafael Corrêa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia).

Antes dele, Mélenchon, que foi candidato de esquerda a presidente em 2012 e 2017, também atacou a condenação de Lula. Durante o debate, foram exibidas mensagens de parabéns de diversos partidos de esquerda ao PT —como das ditaduras da Nicarágua, Cuba, China, Vietnã e Coreia do Norte, além de comunicado­s de partidos esquerdist­as de Portugal, Itália e México.

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