Justiça realiza novo julgamento de suspeitos em megachacina
são paulo Teve início na manhã desta segunda-feira (22), o novo julgamento do ex-PM Victor Cristilder Silva Santos e do guarda municipal Sérgio Manhanhã suspeitos de participação da chacina ocorrida em 13 de agosto de 2015, em Osasco e Barueri (Grande SP), com 17 mortos —a maior da história de São Paulo.
Os dois foram condenados a penas superiores a 90 anos de prisão cada um deles, entre 2017 e 2018, mas, as sentenças foram anuladas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2019, quando desembargadores consideraram as provas insuficientes para justificar condenação. A anulação atendeu pedido do próprio Ministério Público, em segunda instância. Os dois estão presos desde 2015.
Os desembargadores concordaram que a dupla pode ser realmente inocente, como alega, e que os dois precisariam ser submetidos a um novo julgamento —que acontece agora em Osasco. Por conta da pandemia da Covid-19, o acesso ao fórum foi limitado a “pessoas essenciais para o julgamento” —o que não inclui a participação de jornalistas, segundo o Tribunal de Justiça.
A expectativa é que o julgamento dure cerca de cinco dias e, assim, seja concluído apenas na sexta-feira (26). O conselho de sentença foi formado por quatro mulheres e três homens.
A chacina de Osasco e Barueri ocorreu na noite de 13 de agosto de 2015. Nas primeiras horas após o crime, as suspeitas recaíram sobre as forças de segurança porque, dias antes, um PM e um guarda municipal foram mortos por criminosos durante assaltos nessas duas cidades.
As condenações dos réus do mesmo processo, os exPMs Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Henklain, foram mantidas pelo Tribunal do Júri e, assim, eles não conseguiram direito a novo julgamento. As defesas dos dois acreditam que uma decisão favorável agora pode também beneficiar os dois, porque a denúncia da Promotoria utilizada para condenar a todos é a mesma.
Um dos principais obstáculos do Ministério Público para conseguir a condenação são, justamente, os problemas na denúncia, por ser baseada em grande parte na versão de uma testemunha protegida.