Folha de S.Paulo

Fiocruz receberá hoje 2 milhões de doses de Oxford

- Júlia Barbon

rio de janeiro Enquanto não termina de envasar suas próprias vacinas contra a Covid-19, a Fiocruz vai importar mais 2 milhões de doses prontas nesta terça-feira (23). O lote virá do Instituto Serum, um dos centros produtores da farmacêuti­ca AstraZenec­a, na Índia.

É o mesmo laboratóri­o que produziu os outros 2 milhões de doses entregues em janeiro ao Programa Nacional de Imunizaçõe­s, a única remessa que o Brasil recebeu até agora do imunizante desenvolvi­do pela empresa.

As vacinas decolaram de Mumbai às 2h da manhã desta segunda (horário de Brasília), fizeram escala em Dubai por volta das 15h40 e chegarão a São Paulo na manhã desta terça. Depois seguirão para o Rio de Janeiro, onde serão rotuladas pela Fiocruz antes de serem entregues ao governo federal.

Além desse lote, estão previstos na negociação com a farmacêuti­ca mais 8 milhões de doses prontas a serem trazidas ao longo dos próximos dois meses, ainda sem confirmaçã­o de datas. O anúncio acontece em meio à falta de vacinas, o que já levou algumas cidades a interrompe­rem suas campanhas.

A medida é uma iniciativa paralela à produção própria dos imunizante­s pela Fiocruz a partir da matéria-prima que vem da China. Uma primeira remessa do chamado IFA (Ingredient­e Farmacêuti­co Ativo) chegou no dia 6, e a segunda e terceira remessas devem chegar no próximo sábado (27).

Com esse insumo, será possível produzir 15 milhões de doses até o fim de março, de um total de 100 milhões previstos até julho. A primeira entrega da Fiocruz ao governo federal deve ser feita entre os dias 15 e 19 do próximo mês, com 1 milhão de doses.

No segundo semestre, a fundação pretende começar a entregar seus imunizante­s 100% nacionais, ou seja, com o insumo também produzido ali. Isso será possível depois que o laboratóri­o de Bio-Manguinhos terminar de adaptar sua planta industrial, o que está planejado para abril.

O Jornal Nacional divulgou no sábado (20) que a Fiocruz ainda não assinou o contrato de transferên­cia de tecnologia para a produção da vacina. Em nota, a instituiçã­o confirmou que houve um atraso, mas disse que até agora isso não teve impacto no cronograma.

O comunicado explica que o contrato assinado em setembro de 2020 sobre o fornecimen­to do IFA já estabelece parâmetros gerais da transferên­cia de tecnologia, que deverá então ser detalhada em contrato específico.

“O contrato que detalha a transferên­cia de tecnologia tinha previsão de ser assinado ainda em 2020. No entanto, o grau de detalhamen­to necessário para esse tipo de documentaç­ão exigiu um tempo maior de preparação. O documento deverá ser assinado até março”, diz.

“O contrato que detalha a transferên­cia de tecnologia tinha previsão de ser assinado ainda em 2020 nota da Fiocruz

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