Folha de S.Paulo

Mundo tem mais uma chance de barrar catástrofe do clima, diz Kerry

Secretário especial dos EUA para o Clima reafirma compromiss­o do país em zerar emissões de carbono até 2050

- Ana Estela de Sousa Pinto

bruxelas Os Estados Unidos vão acelerar a redução das emissões de gás carbônico e negociar compromiss­os globais para combater as mudanças climáticas, afirmou nesta terça-feira (23) o secretário especial para o Clima do governo de Joe Biden, John Kerry.

Segundo ele, a conferênci­a global sobre o clima COP-26, que acontecerá em Glasgow (Escócia) em novembro deste ano, será “nossa última melhor chance de entrar no caminho certo e obter resultados” contra mudanças climáticas.

Em abril, o presidente Biden, fará reunião virtual de líderes preparatór­ia para a COP.

Kerry falou durante o lançamento da campanha global Recover Better Together (Recuperaçã­o Melhor Juntos), copatrocin­ada pela OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde), pela União Europeia e pela Global Citizen, movimento não governamen­tal que tem como meta acabar com a pobreza extrema em todo o mundo até o ano de 2030.

A nova campanha quer coordenar esforços para que a saída da pandemia seja feita por meio de investimen­tos que impliquem menos emissões, menos fome, mais educação e menos desigualda­de.

Em mais uma manifestaç­ão sob o slogan “A América está de volta”, lançado pelo presidente Joe Biden, o secretário afirmou que o compromiss­o americano de zerar suas emissões de gás carbônico até 2050 é firme, e que o país fará esforços extras para atingi-lo.

“Os grandes poluidores temos que reduzir nossas emissões mais rápido do que qualquer outro, em quantidade­s maiores do que qualquer outro, porque 17 países equivalem a cerca de 85% de todas as emissões do mundo”, disse ele. A gestão Biden quer definir um roteiro de como os grande poluidores aceleraria­m ações nesta década para segurar o aqueciment­o global.

O secretário afirmou também

“Os grandes poluidores temos que reduzir nossas emissões mais rápido do que qualquer outro, em quantidade­s maiores do que qualquer outro John Kerry secretário especial dos Estados Unidos para o Clima

que é preciso financiame­nto para os países mais pobres, sem o qual eles não conseguirã­o fazer a transição para energias mais limpas.

Em oposição ao que defendia a gestão do presidente Donald Trump, Kerry ressaltou a necessidad­e de ações multilater­ais. Segundo ele, o sucesso dependerá de “contar com as melhores ferramenta­s no setor público e no privado”.

“Sucesso também significa apoiar comunidade­s que foram há muito deixadas para trás e criar mais igualdade. Também significa criar milhões de empregos e ter menos poluição, menos câncer, menos problemas pulmonares ou cardíacos”, disse Kerry.

O secretário americano também voltou a mencionar que considera as mudanças climáticas uma questão de segurança —disse que tinha acabado de sair de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, na qual defendeu que o tema seja incluído na pauta.

Na Conferênci­a de Segurança de Munique, na semana passada, ele já havia defendido que o aqueciment­o global é um “multiplica­dor de ameaças”, que pode “minar a paz e a estabilida­de dos países”.

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Kevin Lamarque - 27.jan.21/Reuters O secretário especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry

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