Folha de S.Paulo

Hospitais privados de São Paulo já registram lotação total por Covid

- Phillippe Watanabe , Patrícia Pasquini , Emilio Sant’Anna e Thiago Amâncio

No pior momento da pandemia da Covid-19 no Brasil, mesmo hospitais de elite de São Paulo começam a dar sinais de colapso, segundo levantamen­to feito pela Folha em instituiçõ­es de saúde privadas nesta terça-feira (2).

O Hospital Israelita Albert Einstein registrou nesta terça ocupação de 99%. Há 158 pacientes com Covid no hospital, dos quais 69 estão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Já o BP (Beneficênc­ia Portuguesa) tem mais internados do que vagas na UTI para Covid. São 47 vagas de terapia intensiva, mas há 50 internados. Os leitos de enfermaria, para pacientes menos graves, também estão lotados.

Em nota, o hospital afirma que há pacientes aguardando vaga em leitos de transição e isolados dos demais pacientes que necessitam de atendiment­o de urgência e emergência por outros motivos.

O hospital Samaritano não divulga oficialmen­te a taxa de ocupação, mas a UTI está lotada, de acordo com funcionári­os ouvidos pela Folha. Em nota, o hospital afirmou que opera com capacidade total de atendiment­o.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz está com lotação máxima nos leitos de UTI de Covid. Todos os 58 leitos intensivos para a doença estão ocupados. Ao todo, há 140 pacientes com Covid no hospital. A ocupação geral do hospital (consideran­do pacientes com Covid e sem Covid) é de 87%.

O Hospital Sírio-Libanês apresentav­a no início da manhã desta terça ocupação de 91%. Há 170 pacientes internados com suspeita ou confirmaçã­o de Covid, 49 deles na UTI.

A ocupação total de leitos de enfermaria e UTI no HCor é de 88%. Quanto aos leitos dedicados exclusivam­ente à Covid-19 (apartament­os e UTI), a taxa é de 92%.

Para o superinten­dente corporativ­o do HCor, o CEO Fernando Torelly, há vários motivos para o aumento dos casos de internação, além do Carnaval: o fato de as pessoas que tomaram a primeira dose da vacina contra a doença acharem que já estão protegidas antes de tomarem a segunda dose, o que não é verdade; o relaxament­o geral das restrições e a falta de preocupaçã­o com a pandemia do coronavíru­s.

O HCor conta com um Comitê de Contingênc­ia que acompanha os casos no pronto-socorro de síndrome gripal.

Na rede São Camilo, a taxa de ocupação de leitos destinados à Covid ficou em 89% nesta terça. “No entanto, como este número tem variado constantem­ente, novos leitos poderão ser abertos conforme a necessidad­e”, diz o hospital em nota.

Outras redes como a Rede D’Or São Luiz e a Prevent Senior respondera­m à reportagem que não informam a ocupação de leitos.

Na rede pública, números desta terça-feira da Secretaria Estadual da Saúde apontam que as de ocupação dos leitos públicos de UTI em 75,5% na Grande São Paulo e 74,3% no estado.

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