Folha de S.Paulo

Em eleição marcada por alta rejeição no Peru, líder nas pesquisas pode ficar fora da disputa

- Sylvia Colombo

BUENOS AIRES O ex-goleiro do Alianza Lima George Forsyth, 38, que liderava as pesquisas de voto para as eleições presidenci­ais no Peru, está com um pé fora do campo da disputa.

Isso porque sua candidatur­a foi excluída, em primeira instância, pelo tribunal eleitoral, por irregulari­dades na apresentaç­ão de seu patrimônio­s.

Cabe recurso da decisão, e Forsyth alega que se trata de uma “guerra suja” e que é vítima de “perseguiçã­o política”.

“Os líderes da velha política e a mídia diziam que íamos cair nas pesquisas há um ano. Não caímos e mantivemos o primeiro lugar. Então, agora, de forma fraudulent­a, querem nos tirar da disputa. Vamos apelar e estamos na eleição ainda”, afirmou em entrevista ao jornal El Comercio.

Avesso a debates e a conversar com a imprensa, Forsyth tem preferido usar as redes sociais para fazer campanha. O TikTok é uma de suas preferidas, em posts em que joga futebol com crianças, brinca com seu cachorro e ensaia a dancinha dos Oompa-Loompas, os funcionári­os da “Fantástica Fábrica de Chocolates”. Depois de sua inabilitaç­ão eleitoral, porém, tem falado com os meios de comunicaçã­o, para expor seu repúdio ao tribunal eleitoral.

Forsyth não se diz “nem de direita e nem de esquerda” e se apresenta com a fórmula do “outsider”, que quer gerir o país com técnicos e diretament­e com o povo, sem associar-se a partidos tradiciona­is.

Nos assuntos morais, apresenta-se como conservado­r —é contrário ao casamento homossexua­l e ao aborto.

Sua figura cresceu muito no último ano em que o Peru mergulhou numa crise política, com o Congresso e o Executivo se inviabiliz­ando mutuamente, o que levou à queda do então presidente Martín Vizcarra, e de seu sucessor direto, Manuel Merino de Lama, até que o país chegou a seu quarto presidente num só mandato: Francisco Sagasti.

A pesquisa mais recente do instituto Ipsos sobre as eleições de abril aponta para um primeiro turno em que o desânimo em escolher um candidato é protagonis­ta —o voto é obrigatóri­o no país. Entre os 18 candidatos (incluindo Forsyth), 6 não chegam a alcançar 1% entre os eleitores.

O líder ainda é Forsyth, com 11%, seguido pelo centro-direitista Yonhy Lescano (Ação Popular), com 10%. Empatadas atrás deles estão a direitista Keiko Fujimori, filha do expresiden­te Alberto Fujimori, que vai para sua terceira corrida pelo cargo, com 8%, e a esquerdist­a Verónika Mendoza, também candidata em 2016.

Keiko Fujimori também está respondend­o a processos por corrupção, um deles refere-se à acusação de ter recebido caixa 2 da Odebrecht quando disputou a eleição de 2011.

Os levantamen­tos com eleitores mostram também uma forte rejeição aos concorrent­es —o chamado “antivoto” (definitiva­mente não escolheria o candidato) vai de 43% a 72% para oito dos postulante­s.

Também a imagem do presidente Sagasti vem se deterioran­do desde que assumiu, coma promessa dedar algo de estabilida­de ao país até as eleições. Quando assumiu o cargo, em novembro, tinha 44% de aprovação. Hoje, são 38%.

O mais provável é que haja um segundo turno, em junho, em data ainda a ser confirmada, entre os dois candidatos que conseguire­m melhorar seu desempenho até aqui.

O Peru tem sido o país mais atingido pelo coronavíru­s na América do Sul quando se leva em conta a mortalidad­e por número de habitantes. Até esta terça (2), acumula 1.332.939 casos, além de 46.685 óbitos.

O governo vem reabrindo o comércio e algumas atividades, porém, o país segue com duras restrições de fronteira como Brasil está fechada por conta das novas variantes encontrada­s no país.

A economia será o maior desafio para o próximo presidente, poiso paíst ambé mé o quete ma maior projeção de queda do PIB para este ano, de acordo com a Ce pal, de 14%.

“De forma fraudulent­a, querem nos tirar da disputa. Vamos apelar e estamos na eleição ainda George Forsyth líder nas pesquisas, em entrevista ao jornal El Comercio

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