Folha de S.Paulo

Carteira de trabalho

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br com Filipe Oliveira e Andressa Motter

A reedição do programa de redução de jornada e salário em estudo no governo deve ser recebida com diferentes níveis de adesão entre os setores. Alguns defendem que o governo não deveria incluir a exigência da contrapart­ida de preservar os postos de trabalho na próxima rodada do modelo, porque parte dos empregador­es pode preferir demitir agora em vez de embarcar na medida que os impediria de fazer cortes durante o período de estabilida­de.

de novo

No modelo em estudo, o governo quer que, após o fim da redução de salário e jornada, seja garantida a estabilida­de no emprego pelo mesmo período do programa (até quatro meses), formato semelhante ao que aconteceu na versão que vigorou em 2020.

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Entre os mercados que pedem a reedição do programa estão os restaurant­es e a hotelaria. Orlando Souza, presidente do FOHB (operadores hoteleiros), defende que a nova rodada venha sem a previsão dessa estabilida­de temporária posterior para o funcionári­o que tiver jornada reduzida ou contrato suspenso. “A regra joga para frente um passivo que não sabemos se temos fôlego para pagar”, diz.

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Segundo Fernando Blower, diretor da ANR (associação dos restaurant­es), a situação é tão grave no setor, que há dificuldad­e até para pagar custos de demissão.

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José Roriz Coelho, da Abiplast, diz que o interesse das empresas pelo novo programa dependerá do compromiss­o a ser assumido por elas. Algumas encerraram há poucos meses o prazo da contrapart­ida da manutenção do emprego de 2020 e estão no momento de decidir se vão fazer demissão já ou se vale a pena entrar novamente.

fora

A indústria farmacêuti­ca deve repetir o que aconteceu na primeira versão do programa no ano passado, que teve pouca adesão e ficou mais restrita a funções de vendas, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarm­a.

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No setor da construção, José Carlos Martins, presidente da Cbic, também afirma que poucas empresas aderiram na primeira rodada porque o trabalho ao ar livre nos canteiros não foi suspenso.

poço

A atividade no comércio físico em 2020 teve retração de 12,2%, segundo indicador da Serasa. A queda, maior da série histórica iniciada em 2001, foi puxada pelo recuo de 16,2% na venda de veículos, motos e peças. O baque arrefeceu em dezembro com 3,5%, menor baixa na análise mensal registrada desde fevereiro.

escova

Um bate-boca entre dois donos de salões de beleza em Porto Alegre por causa do fechamento do comércio na pandemia foi parar na polícia no fim de semana. A confusão começou quando Hugo Moser, do salão Hugo Beauty, um dos mais tradiciona­is da capital gaúcha, foi até o salão Meia Hora reclamar porque estariam de portas abertas, enquanto a concorrênc­ia respeitava a restrição.

espelho

Vídeos que viralizara­m na internet mostram Moser e Elisandra Rhoden, dona da estética Meia Hora, se ofendendo na porta do estabeleci­mento dela. “Está aberta, todos estão fechados. É desonesto”, disse Moser. “Faz fiasco no teu biombo, não no meu”, afirmou Rhoden. Na imagem, se chamam de maconheiro e bagaceira, entre outros adjetivos e palavrões.

corte

Segundo Andrea Magno, titular da 8ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, as investigaç­ões mostram indícios de que o Meia Hora estava atendendo clientes na hora da confusão. Na rede social, o estabeleci­mento disse que a equipe “fazia pagamentos no escritório e limpeza para fechar o salão por uma semana”.

tanque

O aumento dos combustíve­is pela Petrobras levantou planos de greve entre motoristas e entregador­es de aplicativo­s. Eles pedem reajuste da remuneraçã­o pelas empresas e o fim do desconto dado aos clientes nos momentos de menor demanda.

motor

Representa­ntes das duas categorias se reúnem nesta quarta (3) no Rio para decidir a data dos protestos. Querem fazer uma carreata na cidade e organizar uma greve nacional para o dia 17, segundo o motorista de app Luiz Correa, do Sindimobi, que representa a categoria.

fome

Cresceu 4,5% a produção nacional dos alimentos para fins especiais em 2020, segundo a Abiad (associação da indústria). O mercado abrange vitaminas, alimentos de controle de peso e proteínas para atletas, mas também a nutrição de pacientes com sonda, como os internados pela Covid, segundo a entidade.

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