Folha de S.Paulo

BC queima US$ 2 bi para frear dólar após alta de tributo

- Com Reuters Júlia Moura

O dólar fechou em alta de 1,19%, a R$ 5,6670, nesta terça-feira (2), maior valor desde 3 de novembro.

A alta foi reflexo ao aumento da CSLL (Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido) para instituiçõ­es financeira­s, medida adotada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (1º) para compensar a queda de receita após o corte de tributos sobre diesel e gás de cozinha.

Segundo analistas, a medida gerou inseguranç­a em investidor­es. “Pode ser que agora sejam os bancos, mas depois outras instituiçõ­es podem ter a tributação elevada”, disse Paloma Brum, economista da Toro Investimen­tos.

Além disso, “num cenário de crise econômica, isso gera a incerteza de que possivelme­nte o governo não vai seguir uma agenda tão liberal assim”, afirma Paloma.

Também pesou a força internacio­nal do dólar, que ganhou força ante grande parte das moedas latinas.

A moeda americana chegou a R$ 5,7350 na máxima do pregão, mas perdeu força após o Banco Central vender mais de US$ 2 bilhões à vista.

O primeiro foi logo na primeira hora de negociaçõe­s da moeda, de US$ 1 bilhão. No início da tarde veio o segundo, de US$ 1,095 bilhão.

Somadas, as vendas têm o maior valor para um só dia desde a venda de US$ 2,175 bilhões em 28 de abril de 2020.

Segundo operadores do mercado, o desmontes de posições compradas em dólar por fundos com a moeda perto de R$ 5,70 também ajudaram a arrefecer os ganhos no câmbio nesta sessão.

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