Folha de S.Paulo

IBGE sugere vacinar equipes para Censo e discute adiamento

- Fábio Pupo e Matheus Teixeira

brasília O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) afirmou em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a realização do Censo em 2021 deve considerar a necessidad­e de vacinação das equipes de campo pelo menos dois meses antes da coleta de dados.

Essa é uma das dificuldad­es que o IBGE menciona caso a Corte confirme a decisão que obriga o órgão a fazer a pesquisa ainda neste ano.

No mês passado, o ministro

Marco Aurélio deferiu liminar para determinar à União e ao IBGE a adoção de medidas para fazer o Censo em 2021.

O relator destacou que, ao deixar de fazer o estudo, o governo descumpriu o dever de organizar e manter os serviços de estatístic­a e geografia de alcance nacional. A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou recurso ao STF.

O IBGE ficou sem recursos para a pesquisa neste ano. Originalme­nte, R$ 2 bilhões haviam sido reservados na proposta de Orçamento de 2021. O Congresso reduziu o valor para R$ 71 milhões e o texto sancionado pelo presidente apresentou o valor de R$ 53,2 milhões, inviabiliz­ando o Censo.

Com a discussão do tema no STF, o IBGE apresentou três possíveis de cronograma­s. O primeiro é de coleta de dados a partir de outubro de 2021. Nesse caso, a inscrição dos candidatos interessad­os a integrar a equipe precisaria ser reaberta ainda neste mês.

O início da pesquisa neste ano jogaria a revisão para janeiro e fevereiro e geraria grandes chances de prejuízos, diz o IBGE, com prolongame­nto da operação de campo e aumento de custo.

A falta de vacinação ainda geraria resistênci­a de moradores para receber os pesquisado­res e ainda geraria desistênci­as na equipe.

Diante dos riscos apontados pelo IBGE de fazer o Censo ainda em 2021, o órgão apresentou outros cenários e afirmou que adiar a operação para 2022 deve ser uma opção analisada.

“Dados os aspectos negativos apontados no cenário de realização do Censo ainda em 2021, alternativ­as de realização da operação censitária em 2022 devem ser considerad­as”, afirma o texto.

Nesse caso, os dados começariam a ser coletados em maio de 2022. Antes disso, os preparativ­os teriam que começar ainda em dezembro, mas o período de viagens e entraves orçamentár­ios podem prejudicar a execução das atividades.

Um terceiro cenário adiaria o início da coleta de dados para agosto de 2022, o que faria o Censo ser incluído no Orçamento do ano que vem. Isso, segundo o IBGE, não traz riscos –exceto o da demora nos resultados, que podem acabar sendo divulgados apenas no começo de 2023.

Dados os aspectos negativos apontados no cenário de realização do Censo ainda em 2021, alternativ­as de realização da operação em 2022 devem ser considerad­as IBGE em ofício ao STF

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil