Folha de S.Paulo

Campeão de jiu-jítsu, ensinou o valor de ganhar e de perder

MADJER OKDE (1990-2021)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo As duas lutas contra a Covid-19 da vida do atleta Madjer Okde foram perdidas: em abril, morreu seu pai Antônio Marcos Nunes; no dia 8 de maio, foi sua vez.

Aos 30 anos de idade, saudável e sem comorbidad­es, o atleta encerra uma carreira cheia de alegrias e conquistas.

Madjer era faixa preta em jiu-jítsu e marrom em kickboxing, além de modelo.

No jiu-jítsu, foi bicampeão brasileiro, vice-campeão mundial em San Francisco (EUA) em 2015 e oito vezes campeão estadual em Mato Grosso.

Madjer ministrou aulas de jiu-jítsu como professor voluntário do Coletivo Cuiabá, projeto social voltado a crianças carentes.

A vice-presidente da entidade, Mayara Roder, disse que Madjer ensinou conceitos importante­s aos alunos. “Além de incentivar a prática esportiva, ele explicava às crianças a importânci­a das derrotas para aprendermo­s com os erros, sempre com bom humor e muito carinho. Por isso era tão querido pelas crianças”, afirma.

Semanalmen­te, os sábados pela manhã eram dedicados às crianças, a quem nunca deixou na mão.

O atleta chegou a ficar quase 20 dias internado. Com a piora, foi intubado e não resistiu às complicaçõ­es da doença. Ele deixa uma filha.

O lutador fazia parte da equipe Alliance Jiu-Jítsu CBA, que o homenageou em uma rede social. “Você apenas foi na frente. Encontrou com o destino que todos nós encontrare­mos em breve. Obrigado Madjer! Nosso querido Zoio. Honraremos sua amizade e dedicação. Bom pai, bom filho e fiel aos amigos”, diz o texto.

“Ele era muito atencioso com os amigos e estava sempre pronto para ajudar”, afirma Mayara.

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