Polícia investiga mortes de homens gays em Curitiba
curitiba A polícia do Paraná investiga as mortes de dois homens gays em Curitiba em um intervalo de poucos dias e com características semelhantes. Ambos moravam sozinhos na capital paranaense e foram encontrados mortos em seus respectivos apartamentos. Os corpos estavam com as mãos amarradas e apresentavam sinais de sufocamento.
O enfermeiro David Levisio, 30, era natural do interior do Paraná e morava em Curitiba havia poucos meses. O corpo dele foi encontrado por amigos em seu apartamento, no bairro Lindoia, no dia 30 de abril, após três dias desaparecido. Segundo o delegado Victor Menezes, ele estava de bruços, com as mãos amarradas e um travesseiro no rosto.
Já Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, 25, era de Campo Grande (MS) e cursava medicina em Curitiba desde 2017. Amigos também estranharam seu desaparecimento e chamaram a polícia após irem até o apartamento dele, na quarta-feira (5), e encontrarem o imóvel trancado.
O corpo estava coberto com uma manta até a cabeça e já apresentava sinais de decomposição, segundo a polícia. Marcos morava no bairro Portão, a cerca de 2 km de David.
“Em todos os casos houve requintes de crueldade. A pessoa não queria somente matar, queria despejar ódio, então isso, para nós, caracteriza crimes de ódio”, afirmou o diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis.
Os detalhes das mortes foram divulgados na ocasião dos crimes. Procurada novamente pela Folha, a polícia informou que continua investigando e realizando diligências para esclarecer os fatos, mas que novas informações não serão divulgadas para não atrapalhar as apurações.
As investigações estão sendo acompanhadas pela Aliança Nacional LGBTI, que também está reunindo informações com amigos e familiares das vítimas. A suspeita é de que os homens tenham sido mortos pela mesma pessoa após marcarem encontros por aplicativos. Há suspeita de que as vítimas tenham sido dopadas antes de serem sufocadas.