Ataque a tiros em escola na Rússia deixa ao menos 9 mortos, entre os quais 7 crianças
moscou | reuters e afp Pelo menos nove pessoas —sete crianças, uma professora e uma funcionária— foram mortas e cerca de 30 ficaram feridas nesta terça-feira (11) durante um ataque a tiros em uma escola na cidade russa de Kazan, a 827 km de Moscou.
O número exato de vítimas ainda não foi confirmado oficialmente. Mais cedo, agências de notícias russas citavam fontes do Ministério da Saúde, segundo o qual ao menos 11 pessoas tinham sido mortas. O número de mortos ainda pode aumentar, uma vez que há feridos em estado grave.
Ilnaz Galyaviyev, 19, foi identificado como o autor dos disparos e detido pela polícia, de acordo com Rustam Minnikhanov, presidente do Tartaristão —república russa que tem Kazan como capital—, que classificou o crime de ato terrorista. De acordo com ele, não há evidências de que o atirador tinha cúmplices.
Antes, a mídia local citava um segundo atirador, que teria sido morto pelos agentes.
Um professor relatou ter ouvido explosões durante a segunda aula do dia e que, imediatamente, alunos e docentes se trancaram nas salas. Segundo ele, os tiros aconteceram no terceiro andar do prédio.
Vídeos nas redes sociais mostram estudantes pulando pelas janelas para fugir do atirador e um corredor com vidro quebrado e pedaços de portas destruídas, além de uma sala de aula manchada de sangue, com um corpo no chão. Outro registro mostra a polícia imobilizando um jovem nos arredores do prédio, mas não há confirmação se o detido era o atirador.
Um perfil que pertenceria a Galyaviyev —posteriormente bloqueado— continha publicações em que ele se descrevia como uma “divindade sanguinária” e dizia que planejava matar um “grande número de pessoas” e cometer suicídio.
O Comitê de Investigação da Rússia anunciou que o caso será tratado como homicídio e descartou, a princípio, a hipótese de que o crime tenha motivação ligada a alguma organização terrorista.
Atentados em escolas são incomuns na Rússia. Um dos últimos grandes ataques desse tipo aconteceu no território anexado da Crimeia, no ano de 2018, quando um estudante universitário assassinou 19 pessoas e deixou outras 40 feridas antes de se matar.
“É o resultado da globalização, das redes sociais, da internet. Vemos que há toda uma comunidade que foi criada nisso. Tudo começou com os trágicos eventos nas escolas dos EUA”, disse na ocasião o presidente Vladimir Putin.
Em resposta ao ataque desta terça-feira, Putin determinou que o governo forneça assistência médica e psicológica às vítimas e ordenou uma revisão urgente da regulamentação de armas usadas por civis na Rússia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
De acordo com Peskov, as regras atuais permitem que armas de caça e fuzis de assalto sejam registrados como armas pequenas, de modo que o controle sobre esses tipos de armamentos é deficitário.
De acordo com Alexander Khinstein, membro do Parlamento russo, o atirador obteve uma licença de porte de arma no dia 28 de abril e possuía uma espingarda Hatsan Escort PS, com registro legal.
Galyaviyev foi descrito como um estudante quieto, calmo e que respeitava colegas e professores da universidade onde estudava, em Kazan. Segundo a agência Interfax, ele foi expulso da instituição no mês passado depois de faltar à apresentação de um projeto e deixar de fazer três provas.