Folha de S.Paulo

Frigideira

- com Mariana Grazini e Andressa Motter Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

A indústria de carnes suína e de frango prevê uma redução na quantidade de produtos nas prateleira­s dos supermerca­dos e um novo patamar de preços, mais alto. O setor afasta o risco de faltar mercadoria, mas diz que a oferta vai cair porque o aumento dos custos em toda a cadeia, desde a ração até o transporte e a embalagem, tem desestimul­ado a produção. “Esticou a corda de tal jeito que ela pode quebrar”, diz Ricardo Santin, presidente da ABPA (associação do setor).

PENA

Segundo Santin, as empresas começam a se adequar com medidas como o abate de matrizes mais velhas e menos produtivas. Com o milho caro, não vale a pena mantê-las. “Para desmanchar essa engrenagem, demora um pouco, mas as empresas começam a ter de agir, e isso vai gerar menos oferta no mercado”, afirma.

ASA

Não são casos pontuais nem um movimento organizado, mas uma combinação dos efeitos da pressão nos custos e nos preços ao cliente final, segundo ele. “Quando o preço fica muito alto e o consumidor reduz a compra, a empresa começa a diminuir oferta”, diz.

FREEZER

As grandes empresas exportador­as conseguem se equilibrar, apesar do aumento de custos, mas a maioria não tem esse perfil, afirma Santim. O setor mandou um comunicado direto a Bolsonaro descrevend­o a situação e pedindo medidas de alívio.

PRATO

A pressão vale para outros segmentos da indústria alimentíci­a. Segundo pesquisa que a Abia, associação do setor, divulga nesta quarta (12), os preços dos materiais para embalagens seguem crescentes, como a folha de flandres, que acumula alta superior a 60% nos últimos seis meses.

INGREDIENT­E

A Abia também reclama do preço do óleo de palma, usado em chocolates, biscoitos e margarinas. Diz que a produção nacional é insuficien­te para atender o consumo e estima que, depois de junho, quando termina a safra do vegetal, pode piorar.

BAILE

Um grupo de donos de bares e casas noturnas de Curitiba quer organizar um evento para idosos que já tomaram as duas doses da vacina da Covid. Fabio Aguayo, presidente da Abrabar, entidade que representa o setor, afirma que vai pedir autorizaçã­o para o governo do Paraná e para a Prefeitura de Curitiba.

RG

Para entrar no evento, seria obrigatóri­o apresentar o certificad­o de imunização. E o local seria um clube na capital paranaense. Aguayo diz que quer expandir a ação para outros vacinados, como policiais e profission­ais da saúde.

BULA

O Senado deve votar nesta quinta (13) o projeto de lei que pretende vetar o reajuste dos preços dos remédios até o fim de 2021. A medida é uma queda de braço com os fabricante­s. Segundo a indústria, um congelamen­to no momento de alta no custo dos insumos e do dólar prejudicar­ia o setor, podendo provocar até a falta de produtos no mercado.

DOSE

O aumento anual autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicament­os) em março foi de 4,88%. O senador Lasier Martins (Podemos-RS), autor do projeto, argumenta que o setor farmacêuti­co não sofreu restrições na pandemia.

SINAL FECHADO

Houve tentativas de colocar a suspensão do reajuste dos planos de saúde de carona no projeto. Mas o relator, Eduardo Braga (MDB-AM), rejeitou quatro emendas. Segundo ele, o tema é complexo e deve ser discutido de forma exclusiva. “A questão dos planos de saúde envolve um debate ainda mais difícil e demorado, até pela força das operadoras do setor”, diz Braga.

REDE

A Anatel fechou nesta terça (11) uma parceria com o BID (Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento) para criar uma plataforma que mapeia a conectivid­ade no Brasil. Chamado de C2DB (Crowdsourc­ing for Digital Connectivi­ty in Brazil), o projeto quer identifica­r a demanda não atendida pelos serviços de banda larga fixa e móvel no país e analisar a viabilidad­e de conectá-la.

MICROSCÓPI­O

A CNI pressiona o governo para que reavalie o Orçamento e libere os recursos previstos para o Fundo Nacional de Desenvolvi­mento Científico e Tecnológic­o, vetados por Bolsonaro em abril. Segundo a entidade, dos R$ 5,5 bilhões que deveriam ser destinados ao financiame­nto neste ano, R$ 5,1 bilhões estão bloqueados —o maior contingenc­iamento já feito.

CAIXA azul

A joalheria Tiffany lançou sua primeira coleção de alianças de noivado para homens. Segundo a empresa, os anéis seguem o legado de inclusão da Tiffany e abrem caminho para novas tradições.

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