Big techs querem que Biden dê subsídio para produção de chip
Gigantes da tecnologia formam lobby em meio à falta de semicondutores
nova york | reuters Alguns dos maiores compradores de chips do mundo, incluindo a Apple, a Microsoft e o Google, da Alphabet, estão se juntando aos principais fabricantes de chips, como a Intel, para criar um novo grupo de lobby e pressionar o governo por subsídios para a fabricação de chips.
A recém-formada Aliança por Semicondutores nos Estados
Unidos, que também inclui a Amazon Web Services, da Amazon, disse nesta terçafeira (11) que pediu aos parlamentares norte-americanos que financiem o projeto de lei “Chips for America” (Chips para a América, em tradução livre) para o qual o presidente Joe Biden pediu ao Congresso um investimento de US$ 50 bilhões (R$ 262 bilhões).
“O financiamento robusto do “CHIPS Act” ajudaria os Estados Unidos a construir a capacidade adicional necessária para ter cadeias de abastecimento mais resilientes, garantindo que tecnologias críticas estarão disponíveis quando precisarmos delas”, disse o grupo em uma carta aos líderes democratas e republicanos de ambas as casas do Congresso dos Estados Unidos.
A escassez global de chips atingiu duramente as montadoras. A Ford até afirmou que poderia reduzir pela metade a produção do segundo trimestre. Grupos da indústria automotiva têm pressionado o governo Biden a garantir o fornecimento de chips para as fábricas de automóveis.
A nova aliança inclui algumas outras indústrias consumidoras de chips, com membros como AT&T, Cisco, General Electric, HPE e Verizon. Ela adverte contra ações do governo que favoreçam uma única indústria, como as montadoras.
“O governo deve abster-se de intervir enquanto a indústria trabalha para corrigir o atual desequilíbrio entre oferta e demanda que está causando a escassez”, disse o grupo.
Empresas de tecnologia também estão sendo atingidas pela escassez de chips, mas de forma bem menos severa do que as montadoras.
O problema também atinge a indústria automotiva no Brasil. A GM, por exemplo, chegou a paralisar a produção em razão da falta de semicondutores.
Em entrevista à Folha na semana passada, o presidente do grupo Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) na América do Sul, Antonio Filosa, disse acreditar que a falta de insumos se estenda até 2022.