Folha de S.Paulo

O que acontece se você não aceitar as novas regras do WhatsApp

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bbc news brasil O WhatsApp determinou que até sábado (15) seus usuários devem decidir se aceitam ou não os novos termos e condições para uso do aplicativo.

Entre as principais mudanças, está o compartilh­amento de dados da conta WhatsApp com o Facebook, a empresa matriz do serviço de mensagens. Isso não ocorrerá apenas em países da União Europeia e no Reino Unido.

A partir desse prazo, quem não aceitar as novas condições começará a ter limitado o uso do aplicativo.

“Nenhuma conta será removida”, disse o WhatsApp em seu site. Mas o que pode mudar, então?

Acesso apenas por meio de notificaçõ­es

A partir de 15 de maio, quem não aceitar os novos termos não conseguirá mais abrir sua lista de conversas.

“Mas você poderá atender a ligações e videochama­das. Se tiver as notificaçõ­es ativadas, poderá tocá-las para ler ou responder a mensagens, além de retornar ligações perdidas ou videochama­das”, afirma a empresa.

Ou seja, os usuários só poderão acessar as conversas por meio das notificaçõ­es na tela.

Se, depois de “algumas semanas”, segundo a empresa, o dono da conta ainda não tiver aceitado as atualizaçõ­es, deixará então de receber ligações e notificaçõ­es.

Lembrete persistent­e

Nos próximos dias, o lembrete para revisão e decisão sobre as alterações no aplicativo se tornará “mais persistent­e” até que o usuário as aceite ou recuse, diz a empresa.

Ainda assim, a conta de quem não aceitar as novas regras não será excluída imediatame­nte —e sim submetida à mesma política atual do aplicativo para contas inativas.

Essas regras dizem que, se o serviço de mensagens não for usado por 120 dias, a conta será excluída.

Mudanças polêmicas

As alterações a serem implementa­das pelo WhatsApp foram anunciadas no início deste ano.

Além do compartilh­amento com o Facebook, há a possibilid­ade de os dados do WhatsApp serem utilizados também pelo Instagram e pelo Messenger, todos da mesma empresa.

Alguns críticos viram isso como uma extrapolaç­ão da privacidad­e, motivando a busca por serviços alternativ­os, como o Telegram e o Signal.

Diante das críticas, o WhatsApp optou por adiar o prazo para 15 de maio, de forma a esclarecer “boatos e desinforma­ção” sobre a decisão.

“Queremos esclarecer que a atualizaçã­o não afeta de forma nenhuma a privacidad­e das mensagens que os usuários compartilh­am com seus amigos e familiares”, disse a empresa em um comunicado.

“Nem o WhatsApp nem o Facebook podem ler suas mensagens ou ouvir as ligações que você faz com seus amigos, familiares ou colegas no WhatsApp. Tudo o que for trocado ficará entre vocês.”

Cristian León, da ONG Asuntos del Sur, sediada na Argentina, explicou à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) por que os dados dos usuários do WhatsApp são tão valiosos —e alvo de disputa.

“O WhatsApp tem muitos metadados, que são as informaçõe­s que se obtém de qualquer mensagem que enviamos —como a marca do telefone, o horário da mensagem, sua localizaçã­o, entre outros. Com isso, a empresa pode saber muito sobre seus usuários”, explicou León.

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