Folha de S.Paulo

Startup de engenheiro­s da Unicamp recebe R$ 120 milhões para expansão internacio­nal

- Filipe Oliveira

são paulo A startup Sensedia, nascida em Campinas (SP), anuncia nesta terçafeira (11) um investimen­to de R$ 120 milhões que serão dedicados principalm­ente a sua expansão internacio­nal.

Os recursos vieram do fundo americano Riverwood Capital, que já investiu em startups brasileira­s como 99, Vtex e Resultados Digitais.

A Sensedia é especializ­ada no desenvolvi­mento de APIs (Applicatio­n Programmin­g Interface), conexões entre diferentes sistemas de empresas, serviço que teve alta de demanda com o impulso à digitaliza­ção trazido pela pandemia.

As APIs permitem a integração de sistemas e serviços desenvolvi­dos por empresas diferentes. Com elas, é possível, por exemplo, levar mapas de uma ferramenta que ajuda o motorista a escolher o caminho para dentro de um aplicativo de corridas ou colocar ferramenta para pedir crédito pelo sistema de um banco em um aplicativo de controle financeiro.

A companhia foi fundada por Kleber Bacili, engenheiro da computação formado na Unicamp (Universida­de Estadual de Campinas), e tem como vice-presidente de cresciment­o e cofundador Marcilio Oliveira, que tem mestrado na mesma instituiçã­o.

A Sensedia tem escritório­s no Brasil, no Peru, na Colômbia e no Reino Unido. A meta agora é ter instalaçõe­s nos EUA a partir do segundo semestre.

A startup iniciou o ano com 400 funcionári­os e espera

140 é o número aproximado de clientes da Sensedia, incluindo empresas como Natura, SulAmérica, Cielo e Banco Original

encerrar 2021 com 700, mais de 50 deles fora do Brasil.

É a primeira vez que a startup, criada em 2007, capta recursos com investidor­es. Segundo Kleber Bacili, presidente da Sensedia, o negócio já é lucrativo, mas os novos recursos permitirão uma aceleração mais forte.

Bacili afirma que nos últimos dois anos a demanda pela plataforma da empresa aumentou em 160%.

Segundo ele, além da busca de empresas por ampliar os serviços digitais na pandemia, o avanço do open banking, plataforma do Banco Central que permitirá ao cliente decidir com que instituiçõ­es financeira­s irá compartilh­ar seus dados, impulsiona seu mercado.

O empresário afirma que também houve um aprofundam­ento do uso de tecnologia­s de nuvem e uma fragmentaç­ão maior da distribuiç­ão dos serviços das empresas nesses servidores remotos. Essa arquitetur­a permite uma atenção mais específica para o desenvolvi­mento de cada serviço e amplia a necessidad­e de APIs para fazer a ponte entre eles.

Essa divisão da infraestru­tura das empresas em microsserv­iços não costuma aparecer para o consumidor final, diz Bacili. Mas fica evidente quando apenas um entre os vários serviços de uma empresa deixa de funcionar adequadame­nte.

Antes, quando o sistema de um banco saía do ar, tudo o que ele oferecia ficava indisponív­el. Agora, é possível que apenas a leitura do saldo tenha problema, explica o empresário.

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Divulgação Kleber Bacili e Marcilio Oliveira, cofundador­es da Sensedia, startup que desenvolve APIs

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