Folha de S.Paulo

Desafiou convenções em busca da felicidade

GUILHERMIN­A SOULIÉ FRANCO DO AMARAL (1934-2021)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

são paulo Impulsiona­da pela coragem, Guilhermin­a Soulié Franco do Amaral viveu à frente do tempo. Sua história começa em Ribeirão Preto (a 313 km de SP), onde nasceu. Filha de um agropecuar­ista, tinha nove irmãos. De instinto protetor, ajudou a criar os mais novos. Quando ainda era criança, a família se mudou para Lins (a 431 km de SP).

Aos 17 anos, casou-se com Aureliano Rezende de Andrade, 22 anos mais velho.

Diferente das moças da época, aos 35 anos e com seis filhos, encarou uma faculdade de odontologi­a. Logo que se formou, desquitou-se.

Guilhermin­a aceitou uma proposta de trabalho e integrou o projeto Rondon, no Pará, para prestar atendiment­o comunitári­o aos índios. Apaixonada pelo local, instalouse em Belém com quatro dos seis filhos e uma neta, abriu um consultóri­o evirou referência na cidade.

Após cerca de seis anos, voltou para o estado de São Paulo, agora na capital. Prestou concurso para oI namps( atual INSS ), virou chefe dos dentistas elá aposentou-se.

Guilhermin­a se casou novamente. Para acompanhar Francesco S cerca foi morar nos EUA mesmo sem pronunciar uma palavra em inglês. Permaneceu em terras americanas até a morte de Francesco. Depois, dividiu seu tempo entre os EUA e o Brasil, já que amava viajar.

A dose extra de coragem não foi útil apenas nas mudanças de vida. Em sua trajetória também houve dissabores, pois perdeu dois filhos.

Guilhermin­a era a doçura em pessoa, alegre e afetiva. Espalhou amor e conquistou amigos por onde passou.

“Ela cativava as pessoas e alimentava o amor por elas. Tinha sempre um gesto de carinho e adorava dar presentes”, conta o advogado Reinaldo Amaral de Andrade, 60, seu filho caçula.

Guilhermin­a morreu dia 6 de maio, aos 86 anos, por complicaçõ­es de Covid-19. Viúva, deixa quatro filhos, netos e bisnetos.

“Presente perante à família, nos ensinou a união e mostrou ser corajosa para mudar a própria vida e buscar a felicidade. Não tinha medo de mudanças”, diz Reinaldo.

PLINIO SAUL ROISMANN Aos 82, viúvo. Terça (11/5). Cemitério Israelita do Butantã, Jardim Educandári­o (SP)

7º DIA

LEONOR ROSA SANTOS Nesta quinta (13/5) às 18h30, Paróquia São Gabriel Arcanjo, Jardim Paulista (SP)

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