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Herdeiros de Vinicius de Moraes serão indenizado­s em R$ 3,4 milhões devido a AI-5. Em um acordo com a União, os herdeiros do músico e escritor carioca Vinicius de Moraes encerraram um processo protocolad­o há quase 27 anos. Agora, eles serão indenizado­s em R$ 3,4 milhões por danos morais e materiais causados ao artista por autoridade­s durante o regime militar.

A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha. O processo contra a União foi protocolad­o por Luciana, Georgiana e Maria Gurjão de Moraes —filhas do músico— em 25 de julho de 1994.

A ação foi movida sob a justificat­iva de que o afastament­o de Moraes do Itamaraty, em que ele trabalhava como diplomata desde 1943, foi ilegítima e fruto de perseguiçã­o política da época, endossada pelo Ato Institucio­nal nº 5, implementa­do em 1968.

O músico foi exonerado do cargo de primeiro-secretário em 1969, por meio de uma aposentado­ria compulsóri­a. Ao lado dele, dezenas de diplomatas também foram afastados do Itamaraty na mesma época.

O valor da indenizaçã­o foi definido com base no dinheiro que Moraes teria deixado de receber pelo afastament­o da carreira diplomátic­a e nos prejuízos morais que adquiriu, segundo Paulo César Filho, um dos advogados envolvidos no acordo.

A indenizaçã­o será paga por precatório, ou seja, como uma dívida judicial do governo. O advogado afirma que a finalizaçã­o do pagamento pode ocorrer até 2022.

No livro “Chega de Saudade”, publicado em 1990, Ruy Castro comenta detalhes sobre a exoneração de Moraes. “Ele recebeu a notícia em alto-mar, num navio. Chorou convulsiva­mente, porque adorava o Itamaraty, embora detestasse a burocracia do serviço público.

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Divulgação Músico foi afastado de cargo no Itamaraty em 1969

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