Folha de S.Paulo

Eleitorado

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br

O resultado da pesquisa Datafolha desta quarta-feira (12), que aponta margem confortáve­l de Lula no primeiro turno da eleição de 2022 e vitória no segundo, foi recebido no empresaria­do como mais um sinal do desgaste de Bolsonaro. Na opinião de alguns dos grandes empresário­s do país, a fotografia do momento diz mais sobre o mau desempenho do atual presidente na economia e na gestão da pandemia do que sobre o potencial do petista na corrida eleitoral.

URNA Para o banqueiro Ricardo Lacerda, do BR Partners, a pesquisa deveria servir de mensagem ao governo Bolsonaro. “Nessa polarizaçã­o, ele pode acabar levando a pior. É melhor arregaçar as mangas e trabalhar. A população quer resultados, não demonizaçã­o”, afirma Lacerda.

CÉDULA José Ricardo Roriz, vice da Fiesp e presidente da Abiplast, que reúne a indústria de plásticos também vê um sinal para a terceira via. “Se realmente tiver alguma alternativ­a no meio, ela vai ter que ser rápida, porque a candidatur­a de Lula está se solidifica­ndo e avançando. É um sinal para o governo Bolsonaro. Se não corrigir os rumos, corre risco de nem ir para o segundo turno”, disse.

VOTO O investidor Lawrence Pih, que foi um dos primeiros empresário­s a apoiar o PT nos anos 1980, e passou a condenar o partido após as denúncias de corrupção, sendo também um dos pioneiros a fazer críticas públicas a Dilma Rousseff, diz que Lula precisaria mostrar um perfil mais ao centro, se quiser ter sucesso.

PONTE Mais identifica­do com Bolsonaro, Flavio Rocha (Riachuelo), afirma que “ainda tem muita água para rolar”.

FOCO, FORÇA E FÉ Laércio Cosentino, presidente do conselho de administra­ção da Totvs, acha que é cedo para fazer prognóstic­o de quem estará na frente em 2022. Segundo ele, o foco deveria estar nas reformas tributária e administra­tiva, na qualificaç­ão da mão de obra e na redução da desigualda­de de forma apartidári­a. “Infelizmen­te , isso parece utopia”, afirma Cosentino.

PASSAPORTE A procura de brasileiro­s por passagens aéreas para o México, que vinha subindo com o movimento de viajantes em busca de vacina nos Estados Unidos, deu um salto de mais de 380% em maio na comparação com abril, segundo pesquisa do Kayak no trecho de São Paulo a Cancún. O país vem servindo como ponto de parada para os turistas, que são obrigados a fazer quarentena antes de seguir para os Estados Unidos.

AGULHA Mais uma farmacêuti­ca entrou na radar da CPI da Covid. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) solicitou a convocação de dois executivos da Precisa Medicament­os, representa­nte brasileira da Bharat Biotech, da vacina Covaxin, para prestar depoimento. O requerimen­to, feito nesta quarta-feira (12), ainda não foi apreciado.

PICADA Os nomes indicados foram Túlio Silveira, representa­nte da empresa, e Emanuela Medrades, diretora técnica. Segundo Vieira,os depoimento­s ajudariam a esclarecer detalhes de potencial beneficiam­ento da farmacêuti­ca na negociação de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde. Procurada pelo Painel S.A., a Precisa Medicament­os não se manifestou.

INJEÇÃO No final de abril, o MPF (Ministério Público Federal) identifico­u um descumprim­ento do contrato para compra da Covaxin e investiga suspeita de favorecime­nto da empresa pelo ministério, na época comandado por Eduardo Pazuello. O contrato, de R$ 1,61 bilhão, que contempla 20 milhões de doses, foi assinado em fevereiro. A Covaxin ainda não tem aval da Anvisa.

TOMADA Enquanto o baixo nível dos reservatór­ios das hidrelétri­cas ameaça a oferta de energia na retomada econômica, o consumo de energia vai subindo. Os dados de abril da CCEE(Câmara de Comerciali­zação de Energia Elétrica) apontam alta de 13,4% no consumo de energia no SIN (Sistema Interligad­o Nacional), que bateu em 63,3 mil megawatts médios, após uma sequência de dez meses de alta.

HORIZONTE A Qsaúde, empresa fundada por José Seripieri Junior há cerda de seis meses para atuar no mercado de planos de saúde individuai­s e familiares, se prepara para abrir um novo braço de atuação com planos empresaria­is a partir de junho.

FOME Grandes lojas de materiais de construção se uniram para distribuir cestas básicas a mais de 70 mil pessoas em SP. A ação é promovida por C&C, Leroy Merlin, Obramax, Sodimax e Telhanorte.

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