Folha de S.Paulo

Bolsonaro sanciona afastament­o de grávida do trabalho presencial durante crise sanitária

- Ricardo Della Coletta

brasília O presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto de lei que determina o afastament­o de atividades presenciai­s de funcionári­as grávidas durante a pandemia, sem prejuízo na remuneraçã­o.

A proposta foi aprovada pelo Senado em abril. O texto estabelece que as trabalhado­ras gestantes deverão permanecer à disposição para exercer suas atividades remotament­e, por meio do teletrabal­ho.

“Nesse cenário, a sanção presidenci­al é uma importante medida à preservaçã­o da entidade familiar e representa uma medida saudável para proteção das gestantes e, ao mesmo tempo, para utilização de sua força de trabalho de forma segura”, afirmou o governo, em nota.

Como mostrou reportagem da Folha, a letalidade da Covid entre grávidas avançou neste ano. O número parece pequeno perto do total de vítimas brasileira­s da pandemia, mas, proporcion­almente, chama atenção: em menos de três meses de 2021, o coronavíru­s matou quase metade do total de gestantes vítimas da doença no primeiro ano da enfermidad­e.

Entre 3 de janeiro e 20 de março, 119 grávidas morreram de Covid no país, 47% das 252 gestantes vitimadas em 2020.

Em abril, o Ministério da Saúde decidiu incluir todas as gestantes e puérperas (até 45 dias do pós-parto) no grupo prioritári­o de vacinação contra a Covid-19. A medida consta de nota técnica da pasta divulgada aos estados e municípios. Na nota, a pasta diz que a decisão pela inclusão das gestantes na campanha de vacinação considerou possíveis riscos e benefícios.

O ministério afirma também que, ainda que a segurança e eficácia das vacinas contra a Covid não tenham sido avaliadas em gestantes, vacinas de plataforma­s de vírus inativado (como é o caso da Coronavac) já são utilizadas por esse grupo no Calendário Nacional de Vacinação.

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