Folha de S.Paulo

Mãe de Gael é transferid­a para o presídio de Tremembé (SP)

- Alfredo Henrique

são paulo A mãe que foi presa sob a suspeita de assassinar o próprio filho de 3 anos, na segunda-feira (10), em seu apartament­o, no centro da capital paulista, foi transferid­a, na manhã desta quarta-feira (12), para a mesma penitenciá­ria onde cumpre pena Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais, além de outras mulheres envolvidas em crimes de repercussã­o.

O complexo penitenciá­rio de Tremembé (a 147 km de São Paulo) mantém encarcerad­os criminosos que correriam risco de morte em unidades prisionais padrão.

Andréia Freitas de Oliveira, 37 anos, foi presa em flagrante na madrugada de terça-feira (11), mesmo dia em que a Justiça decretou sua prisão preventiva, ou seja, por tempo indetermin­ado.

A princípio, ela foi encaminhad­a da carceragem do 89º DP (Portal do Morumbi) para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franco da Rocha (Grande SP), de onde foi conduzida para o presídio feminino do interior nesta terça.

Ela nega o crime, segundo seu advogado, Fabio Costa. Ele diz que sua cliente “teve um surto psicótico”, não se lembrando do que teria acontecido para que Gael morresse. Ela teria chorado ao ser informada sobre a morte do filho.

Quando a criança foi morta, provavelme­nte na cozinha, estavam no apartament­o, além da suspeita, a irmã e a tia-avó do menino, segundo registrado pela polícia. Ambas não perceberam nada de anormal, até ouvirem barulho de vidros sendo quebrados. O corpo do garoto também tinha marcas de agressões, compatívei­s com um anel de sua mãe, apreendido pela polícia para ser periciado.

Fabio Costa conversou com Andréia logo após a transferên­cia dela para Tremembé. O defensor, porém, não deu detalhes do teor do que lhe foi dito pela suspeita.

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou, nesta quarta, um pedido para que o processo do caso fique em segredo de Justiça. O tribunal não deu mais detalhes sobre o indeferime­nto.

“Pedi o sigilo para que somente as partes envolvidas no caso, cadastrada­s, tivessem acesso a ele, mediante certificad­o digital”, argumentou o advogado, acrescenta­ndo que o processo é sobre a morte de uma criança de 3 anos. “Se isso não for pressupost­o para decretar segredo, não sei de mais nada”, argumentou.

Andréia foi indiciada sob a suspeita de homicídio qualificad­o, por meio cruel, pela 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que investiga o caso.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que a delegacia aguarda o resultado de laudos periciais, ainda em elaboração, “e trabalha para esclarecer todas as circunstân­cias da morte da criança”.

Da mesma forma de quando foi para Franco da Rocha, em Tremembé Andréia está sozinha em uma cela de inclusão na unidade, “cumprindo quarentena”, tanto por causa de protocolos sanitários, “quanto pelo período de inclusão rotineiro de quando um preso dá entrada em qualquer unidade do estado”, afirmou a SAP (Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria).

Segundo a pasta, até segunda-feira, 323 presas estavam na unidade do interior, onde há 373 vagas, destoando da contumaz superlotaç­ão do sistema carcerário paulista.

Gael morreu após ser encontrado inconscien­te. A criança chegou a ser levada ao pronto-socorro da Santa Casa, mas já chegou sem vida. Andreia foi indiciada sob suspeita de homicídio, segundo a polícia.

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Reprodução O menino Gael, morto aos 3 em apartament­o em SP

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