Relator da Eletrobras desiste de fortalecer estatal do centrão
brasília Relator da medida provisória que abre caminho para a privatização da Eletrobras, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), desistiu de prever uma mudança no texto que fortaleceria a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), estatal comandada por apadrinhados do centrão.
Na terça (11), o deputado apresentou uma versão preliminar do relatório a líderes da Câmara que daria à estatal o controle do dinheiro de obras direcionadas ao Nordeste e para os reservatórios de Furnas, em Minas Gerais. A verba virá do pagamento, durante dez anos, pelas concessionárias que vencerem a privatização da Eletrobras.
Nascimento agora quer que os recursos sejam geridos pelo MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), pasta à qual a Codevasf está vinculada. Na proposta original do governo, a gestão seria de um comitê a ser criado pelo Executivo.
Após as críticas sobre o fortalecimento do órgão loteado pelo centrão, o relator decidiu recuar. O centrão é um grupo de partidos que se aproximou de Jair Bolsonaro após a liberação de cargos de indicação política e emendas parlamentares. O DEM tem indicados na Codevasf.
“Como a Codevasf é, digamos assim, o braço executivo do MDR, faria sentido deixar com ela. Mas, para evitar confusão, vamos deixar isso com o MDR mesmo”, disse o deputado nesta quarta (12).
A MP prevê originalmente que as concessionárias que vencerem a privatização da Eletrobras destinem, por dez anos, recursos para a revitalização das bacias do rio São Francisco (R$ 3,5 bilhões) —que engloba Minas e cinco estados do Nordeste—, dos reservatórios de Furnas (MG, R$ 230 milhões) e iniciativas para redução de custos de geração de energia na Amazônia (R$ 295 milhões).