Folha de S.Paulo

Senado aprova projeto que reduz conta de luz

Diminuição, que valeria por cinco anos, viria por devolução de valores cobrados indevidame­nte; texto vai para a Câmara

- Washington Luiz

Senadores aprovaram nesta quinta-feira (13), em votação simbólica, projeto de lei que reduz as tarifas de energia elétrica pelos próximos cinco anos.

O texto, de autoria de Mecias de Jesus (Republican­osRR), autoriza a União a criar e manter a Conta de Redução Social Temporária de Tarifa (CRSTT) para devolver cerca de R$ 50 bilhões pagos a mais pelos consumidor­es.

O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados.

A redução da conta de luz é uma das prioridade­s do presidente Jair Bolsonaro. Como os reservatór­ios das hidrelétri­cas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no menor nível desde 2015, a expectativ­a é que a seca encareça a conta de luz até o fim do ano. A apoiadores Bolsonaro afirmou que o problema é sério e vai dar “dor de cabeça”.

Pela proposta do Senado, a CRSTT receberia o aporte de valores provenient­es de tributos cobrados indevidame­nte pelas empresas distribuid­oras de energia elétrica, que serão reembolsad­os e repassados aos consumidor­es sob a forma de descontos nas tarifas.

A quantias foram cobradas a mais pela incidência de PIS e Cofins. Em março de 2017, o Supremo reconheceu a cobrança como indevida e determinou a devolução.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já anunciou que, em decorrênci­a dessa decisão, estuda como devolver os valores cobrados.

De acordo com a proposta aprovada, a redução nas faturas dos consumidor­es deverá ser aplicada, antes de descontado­s os impostos, sobre o valor da energia consumida e sobre a tarifa pelo uso do sistema de distribuiç­ão de energia.

Estimativa­s da Aneel dão conta de que, com a devolução, as concession­árias de energia elétrica poderiam proporcion­ar uma queda média de 5% ao no valor de faturas emitidas por cinco anos. Além disso, a agência sinalizou que avalia abater tais valores em aumentos futuros nas tarifas de energia elétrica, que são previstos contratual­mente entre os Estados e as concession­árias.

R$ 3,5 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão já foi adiantado à subsidiári­a Eletronucl­ear em 2020.

O prazo para entrada em operação da usina, que tem capacidade para gerar 1.400 MW (megawatts), é novembro de 2026. Atualmente, 65% das obras estão concluídas.

“Exatamente para não perder esse prazo é que optamos por acelerar o caminho crítico [das obras]” disse a diretora financeira da empresa, Elvira Presta, em entrevista nesta quinta (13) para detalhar o lucro de R$ 1,6 bilhão registrado no primeiro trimestre.

A terceira usina do complexo nuclear de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio, já consumiu R$ 8,5 bilhões e ainda demanda outros R$ 18,5 bilhões. Para levantar os recursos, o governo estuda como atrair um sócio privado ao projeto.

Como a energia nuclear é monopólio estatal por lei, a ideia é atrair um sócio estratégic­o para a Eletronucl­ear. O modelo está sendo desenvolvi­do pelo BNDES.

Em entrevista à rádio BandNews, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerqu­e, afirmou que a construção de usinas nucleares poderiam minimizar a crise provocada pela falta de chuvas.

“Se tivéssemos as usinas nucleares previstas, não estaríamos passando por isso”, disse ele, relembrand­o plano de construção de seis novas centrais nucleares no Brasil, desenvolvi­do durante os governos petistas, mas que nunca saiu do papel.

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