Folha de S.Paulo

Letalidade da gripe é maior entre os que têm mais de 60 anos e crianças

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Numa única seringa, pode estar parte de uma velhice saudável, uma infância mais tranquila e um sistema de saúde menos sobrecarre­gado. Se tivessem que resumir a importânci­a da vacina contra o vírus influenza, causador da gripe, muitos profission­ais de saúde elencariam esses fatores.

Juntas, as faixas etárias de 6 meses a 5 anos e de mais de 60 anos representa­m 58% do público-alvo da 23ª campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começou há um mês no país. Na parcela restante estão professore­s, trabalhado­res de saúde, entre outros grupos.

A meta é atingir 90% de cobertura vacinal, e a experiênci­a recente mostra que o desafio tem nuances. Em 2020, ainda que 95,7% do públicoalv­o tenha sido vacinado, o alcance ficou abaixo do ideal para alguns grupos.

Enquanto a cobertura vacinal de idosos foi total, a de crianças de 6 meses a 5 anos ficou em 74%. Gestantes (77%) e puérperas (83%) também ficaram longe da meta.

A situação se torna preocupant­e em razão das consequênc­ias que a gripe pode acarretar para essas parcelas da população.

Ao contrário do que acontece com o coronavíru­s, por exemplo, as crianças são motivo de preocupaçã­o na gripe. “Comparando com a Covid em gravidade, as chances de uma criança falecer em virtude de influenza são cerca de quatro vezes maiores”, explica o infectolog­ista e pediatra Robério Leite.

No caso dos idosos, a vacinação é importante para “a sustentabi­lidade e um envelhecim­ento bem sucedido”, observa a geriatra Maisa Kairalla, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontolog­ia.

Em 2019, adultos com mais de 60 anos representa­ram cerca de 40% das mortes em decorrênci­a do vírus influenza no Brasil. MP

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