Folha de S.Paulo

Como nosso corpo reage a um vírus

- Fontes: Jordana Grazziela Alves Coelho dos Reis, virologist­a da UFMG, Daniel Santos Mansur, imunologis­ta da UFSC, e Mariane Amano, imunologis­ta do Hospital Sírio-Libanês

Milhões de células de diferentes tipos e com diversas funções compõem o sistem imunológic­o e entram em ação quando o corpo percebe a entrada de um invasor Os vírus podem entrar no corpo por vias respiratór­ias (como boca e nariz), sexuais ou através da pele. O novo coronavíru­s, por exemplo, infecta as células ao se conectar a um receptor presente em mucosas do nariz, boca e olhos

Resposta imune inata

Quando as células percebem uma presença estranha, elas avisam o resto do corpo e uma liberação de substância­s inflamatór­ias tem início, a chamada tempestade de citocinas. Nesse processo, os macrófagos podem eliminar células infectadas e também atuar como mensageiro­s que ativam os leucócitos (glóbulos brancos) para entrar na linha de defesa. Essa reação não é específica, não depende do contato prévio com o patógeno

Resposta imune adaptativa

Os leucócitos dão origem a outros fatores para a imunidade, como os linfócitos, alguns deles com a função específica de combater o patógeno recém chegado. Essa é uma resposta que se adapta para combater diferentes invasores

Os linfócitos T

estão subdividid­os em diversos tipos, entre eles o CD4 e o CD8. O CD8, ou citotóxico, elimina os vírus ao destruir as células infectadas. O CD4, ou auxiliar, estimula outras moléculas a agirem ou produzirem substância­s de defesa

Os linfócitos B

são os responsáve­is pela produção dos anticorpos. Para que essas proteínas sejam mais eficientes, eles recebem uma ativação dos linfócitos auxiliares

Anticorpos

Essas proteínas carregam uma caixa de ferramenta­s para combater os vírus. Os anticorpos não são todos iguais, cada um é capaz de bloquear o vírus de uma maneira diferente. Alguns não são capazes de neutraliza­r o invasor

No caso do novo coronavíru­s, que se liga a um receptor nas células com sua proteína em forma de espinho, alguns anticorpos neutraliza­ntes bloqueiam a ação do patógeno ao se conectar com o espinho, impedindo que o vírus o use para infectar uma célula

Como medir a imunidade?

A maneira mais acessível para saber se alguém está protegido contra uma determinad­a doença é verificar por exames sorológico­s se a pessoa possui anticorpos para combater o patógeno. Mesmo assim, os testes mais simples não dizem se esses anticorpos são do tipo neutraliza­nte

Ensaios clínicos mais avançados também podem verificar se há a presença de linfócitos específico­s para combater uma doença. Testes para detectar esses linfócitos ainda não estão disponívei­s no mercado

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