Folha de S.Paulo

Projeto do Cidadania quer barrar militares da ativa no governo

-

O decreto do presidente Jair Bolsonaro que liberou militares da ativa a ocuparem de forma indetermin­ada cargos no governo é alvo de uma ofensiva por parte do Cidadania.

O deputado Alex Manente (SP), líder da sigla na Câmara, apresentou nesta segunda (12) projeto de decreto legislativ­o sustando os efeitos da medida editada em 23 de junho. Também estuda entrar no Supremo Tribunal Federal contra a iniciativa.

“A partir de amanhã [terça] vou trabalhar com os líderes para aprovar um pedido de urgência para a análise da matéria”, disse Manente.

O decreto altera outro, de 2017, sobre a disposição de funções com caráter militar, ampliando a lista a mais de 20 postos em locais como o STF, Ministério­s de Minas e Energia e outros.

Assim, o militar da ativa não seria mais agregado à função civil, o que só é permitido por no máximo dois anos consecutiv­os, segundo o Estatuto da categoria. Se ficar mais, o fardado vai automatica­mente para a reserva.

A iniciativa de Bolsonaro vai contra a discussão da Proposta de Emenda à Constituiç­ão que veda militares em funções civis no governo.

O texto ainda está em fase de coleta de assinatura­s e tem simpatia de diversos oficiais-generais, incomodado­s com a inevitável associação da categoria com o governo Bolsonaro, que gosta de se falar do que chama de “meu Exército”, quando quer intimidar adversário­s. Há cerca de 6.000 fardados da ativa lotados em funções no governo, a maioria de natureza militar, metade em cargos comissiona­dos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil